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Exu

Exu tem a função de estabelecer a comunicação entre os homens e os orixás
Exu tem a função de estabelecer a comunicação entre os homens e os orixás
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O orixá Exu é uma das entidades da religiosidade afro-brasileira cercada por um acalorado debate teológico. Para alguns, ele é compreendido como uma entidade desprovida de valores morais que pode fazer o bem ou o mal desde que seja previamente recompensado. Além disso, outros realizam uma interpretação rasa do seu significado, dizendo que Exu equivaleria a uma entidade de natureza diabólica.

Na observação de sua mitologia, Exu seria uma entidade mensageira responsável pela relação dos homens com os orixás e dos próprios orixás entre si. Dessa forma, a sua importância ganha uma ampla dimensão ao estabelecer o diálogo entre os deuses e viabilizar a proteção de seus adoradores contra outros seres espirituais inferiores e mal-intencionados. De fato, várias religiões compreendem que nenhuma ação pode ser executada sem a ciência e a permissão desta espécie de guardião.

Sendo intermediário dos acontecimentos, Exu é sistematicamente associado aos sentidos, à força de viver, à virilidade e ao sexo. Não por acaso, o ogó – instrumento de formato fálico e adornado com cabaços e búzios, que representam os testículos – é empregado na representação da entidade. Paralelamente, apesar de ser descrito como brincalhão, Exu também surge como um disciplinador e portador de um grande senso de justiça.

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É justamente nesse último ponto que Exu acaba despertando uma grande polêmica em torno de sua figura. Por conta de sua função articuladora, Exu não aceita que ninguém peça a sua ajuda sem que receba algo em troca. Quando alguém ignora a promoção da oferenda a essa divindade pode responder com terríveis punições. No pensamento religioso das crenças afro-brasileiras, esse comportamento vingativo acaba estreitando os laços entre Exu e os homens, pois também apresentam esse mesmo traço.

O papel mensageiro dessa divindade também possibilita a sua associação ao trânsito entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Por esta razão, é comum encontrar oferendas de farofa, galos e cachaça a Exu nos cemitérios e encruzilhadas. No rito angola, Exu parece com o nome de Aluviá. Já entre os praticantes da influência ritual jeje, este deus é nomeado como Bará, Elegbará e Legba.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Exu"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/religiao/exu.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

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