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Paracelso e a Iatroquímica

Na época do Renascimento, Paracelso pregava a Iatroquímica, ou seja, ele acreditava que o corpo seria um conjunto harmonioso de compostos químicos, e que eram necessários medicamentos, ou substâncias químicas, que devolvessem essa harmonia quando o corpo fosse atacado por uma doença.

Imagem de Paracelso com a idade de 47 anos e a espada que ele sempre carregava como seu talismã, sua marca registrada
Imagem de Paracelso com a idade de 47 anos e a espada que ele sempre carregava como seu talismã, sua marca registrada
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Na época do Renascimento, que ocorreu no século XV, os experimentos começaram a se tornar mais organizados e obrigatórios para se provar qualquer teoria que surgisse. Isso porque o Renascimento dava mais valor ao ser humano, ao racionalismo e enfatizava os valores humanos em vez de os valores espirituais.

Antes disso, a ideia difundida era a Alquimia – resumidamente, uma mistura de Química com misticismo e superstições. Na época do Renascimento, as universidades e a sociedade em geral ainda estavam mergulhadas nas ideias da era medieval.

Porém, alguns estudiosos, como o médico Theophrastus Bombast von Hohenheim, mais conhecido na história como Paracelso (1493-1541), apregoavam que a finalidade da Química era preparar medicamentos e não perder tempo em produzir ouro, que era um dos principais objetivos da Alquimia.

A esta nova ciência deu-se o nome de Iatroquímica, denominação originada do termo grego iatro, que significa “médico”.

Visto que o pai de Paracelso era um grande conhecedor da metalurgia e praticava a Alquimia; Paracelso desde pequeno se tornou também exímio conhecedor das propriedades e da manipulação dos minerais. Mais tarde esse conhecimento foi ampliado, quando passou a trabalhar em minas e oficinas.

Aos 14 anos, de modo obstinado – como era de seu costume –, Paracelso partiu a pé para a Europa em busca de conhecimento em universidades. Quando estava quase completando 20 anos, ele passou a expor suas ideias heterodoxas, pois rejeitou por completo as doutrinas de seu tempo.

Segundo ele, um médico de verdade deveria sair à procura do conhecimento de pessoas como “velhas comadres, ciganos, feiticeiros, tribos nômades, velhos ladrões” e aprender com elas, por meio da experiência. E foi isso o que ele fez. Suas viagens lhe renderam muito conhecimento popular, que ele pôde aplicar em suas práticas médicas, com bastante êxito; ainda que, de início, as pessoas se mostrassem receosas e desconfiadas com seus métodos nada convencionais.

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A ideia da Iatroquímica não foi proposta só por Paracelso, porém ele adotou tal ideia, pregando que a Química tinha de servir aos objetivos da medicina. Assim, Paracelso estudou extensivamente vários compostos químicos e, até hoje, a farmácia moderna permanece abastecida com esses compostos estudados por ele.

Na época, a ideia dominante da saúde corpórea era a teoria dos “quatro humores”. Porém, Paracelso rejeitou essa ideia, pois acreditava que a verdade residia na Iatroquímica e que o corpo deveria ser tratado com remédios apropriados (para ele, o corpo humano consistia em um conjunto de substâncias químicas que interagiam harmonicamente). Assim, a doença seria uma alteração dessa composição química, que, portanto, poderia voltar ao normal introduzindo no corpo outros compostos químicos. 

Paracelso passou, ele mesmo, a fazer esses remédios em sua “cozinha”, juntamente com seu auxiliar Oporinus, e os distribuiu aos doentes e necessitados. Ele deu então início à indústria de medicamentos oriundos de extratos vegetais e minerais.

Não se sabe ao certo o motivo da morte de Paracelso, porém conta-se que ele sofreu uma grave queda (ou alguém lhe deu uma surra) e, três dias depois, em 24 de setembro de 1541, faleceu. Esse personagem da história com certeza foi crucial para a Química e para a medicina, porém sua vida foi marcada de contradições em suas opiniões e doutrinas, bem como por constantes agitações e inimizades; sem contar suas constantes bebedeiras.


Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química

Escritor do artigo
Escrito por: Jennifer Rocha Vargas Fogaça Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FOGAçA, Jennifer Rocha Vargas. "Paracelso e a Iatroquímica"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/paracelso-iatroquimica.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

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