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Concretismo no Brasil

Poesia Marginal: livre dos padrões de produção e distribuição.
Poesia Marginal: livre dos padrões de produção e distribuição.
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O Concretismo começa a despontar no Brasil com a publicação da revista Noigandres pelos três poetas: Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos. Porém, fixa-se no Brasil com a Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

As poesias concretas trazem novas formas de expressão: valorização da forma e da comunicação visual, sobrepondo ao conteúdo.

O poema da poesia concreta é chamado de poema-objeto por causa dos recursos estilísticos adotados: a eliminação de versos e a incorporação de figuras geométricas. Os poemas concretos possuem carga semântica, mas diferenciam-se por enfatizar o conteúdo visual e sonoro das palavras.

Durante o Concretismo no Brasil, houve diferenciação entre tipos de poesia. Vejamos:

● Poesia-Práxis: Lançada a partir de 1961 com o Manifesto Didático, liderada por Mário Chamie, considerava a palavra um organismo vivo, o qual gera o outro.

● Poesia social: movimento de reação contra a poesia concreta por poetas que a considerava exagerada em formalismo. Propunham a volta dos versos, a linguagem simples e a visão da poesia como instrumento de expressão social e política. É ilustrador dessa perspectiva: Ferreira Gullar.

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● Tropicalismo: movimento musical dos anos 67 e 68, que contribuiu para a literatura com a visão de aproveitamento de qualquer estética literária, sem preconceitos. Essa manifestação resultou em certo anarquismo, porém rigorosamente censurado.

● Poesia Marginal dos anos 70: poesia sem edição, livre dos padrões de produção e distribuição, com tiragem pequena. Alguns autores dessa prática são conhecidos: Paulo Leminski e Chacal.

Podemos levantar algumas características gerais na poesia concreta: o verso é abolido; o espaço do papel é aproveitado para fins significativos; há valorização dos aspectos visual e sonoro; os vocábulos são representados nos seus aspectos geométricos.

 

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras

Escritor do artigo
Escrito por: Sabrina Vilarinho Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

VILARINHO, Sabrina. "Concretismo no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/concretismo-no-brasil.htm. Acesso em 20 de abril de 2024.

De estudante para estudante


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Lista de exercícios


Exercício 1

(PUC-PR) A poesia concreta no Brasil caracteriza-se por:

a) dar continuidade à corrente intimista e estetizante dos anos 40.

b) descaso pelos aspectos formais do poema e preferências pela linguagem correta.

c) preocupação com a correção sintática, pela renovação dos temas relacionados com os estados psíquicos do poeta.

d) rigidez no nível prosódico e pela impassibilidade diante dos problemas nacionais.

e) visar a atingir e a explorar as camadas materiais do significante (som, letra impressa, linhas, superfície da folha).

Exercício 2

(PUC-PR)

de sol a sol
soldado
de sal a sal
salgado
de sova a sova
sovado
de suco a suco
sugado
de sono a sono
sonado

sangrado
de sangue a sangue

O poema concretista, acima indicado, apresenta as seguintes inovações no campo verbal e visual:

a) abolição do verso tradicional; desintegração do sistema em seus morfemas; a palavra dá lugar ao símbolo gráfico.

b) apresentação de um ideograma; uso de estrangeirismos, esfacelamento da linguagem.

c) ausência de sinais de pontuação; uso intensivo de certos fonemas; jogos sonoros e uso de justaposição.

d) uso construtivo dos espaços brancos; neologismo; separação dos sufixos e dos prefixos; uso de versos alexandrinos.

e) apresentação de trocadilhos; uso de termos plurilinguísticos; desintegração da palavra e emprego de símbolos gráficos.