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Terremoto de Fukushima em 2011

No ano de 2011, o Japão viveu o seu pior terremoto já registrado. Com magnitude 9.1, o sismo gerou tsunamis e o pior acidente nuclear desde Chernobyl em 1986.

Devastação causada pelo terremoto de Fukushima.
O tsunami deixou um grande rastro de devastação em Fukushima.
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O terremoto de Fukushima, ou Grande Terremoto de Tohoku, aconteceu em 11 de março de 2011. O sismo teve magnitude de 9.1 graus na escala Richter, sendo o mais intenso já registrado na história do país e um dos maiores do mundo.

Sua causa foi uma movimentação na zona de falha onde se localiza a Fossa do Japão, com epicentro a 130 km da costa japonesa e hipocentro a cerca de 25 km de profundidade. O tremor ocasionou grandes ondas no litoral do Japão, entre elas o tsunami de Fukushima, que desencadeou um dos piores acidentes nucleares da história desde Chernobyl.

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o terremoto de Fukushima em 2011

  • O terremoto de Fukushima (ou do Japão) ocorreu em 11 de março de 2011, às 14h46, no horário local. Seu epicentro se deu a 130 km da costa leste do país, e seu hipocentro estava localizado a 25 km.

  • Foi classificado como um terremoto de magnitude 9.1 na escala Richter, o mais intenso do Japão.

  • O tremor foi causado por um movimento na zona de falha entre as placas do Pacífico e Eurasiática.

  • Pouco tempo após o terremoto, grandes ondas atingiram o litoral japonês. A tsunami de Fukushima foi uma das mais devastadoras, uma vez que, além da destruição causada pelo impacto da água, ocasionou um dos piores desastres nucleares do mundo.

  • O acidente nuclear de Fukushima é o pior desde Chernobyl, na Ucrânia. Os solos e a água do mar passam até hoje por descontaminação. Dezenas de milhares de pessoas que foram removidas da área não puderam retornar para suas antigas casas.

  • Ao todo, o terremoto seguido de tsunami e acidente nuclear vitimou 18.428 pessoas.

Leia também: O que é maremoto?

Causas do terremoto de Fukushima

O terremoto que aconteceu em 2011, na região nordeste do Japão, foi causado pelo movimento de uma falha geológica na zona de subducção onde se forma a Fossa do Japão. Lembremos que as ilhas que formam o país se distribuem sobre quatro placas tectônicas, sendo elas: do Pacífico, das Filipinas, Eurasiática e de Okhotsk (uma microplaca que integra a placa Norte-Americana).

A placa do Pacífico se desloca horizontalmente na direção oeste com relação à placa Norte-Americana, mergulhando sob a segunda placa e causando, em contrapartida, soerguimento de parte dessa estrutura. A velocidade com que o movimento da placa do Pacífico ocorre é de aproximadamente 83 mm por ano, conforme explica o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês).

Estima-se que o movimento horizontal na zona de falha que gerou ruptura e, consequentemente, o tremor foi de 50 a 60 metros, o que pesquisadores consideraram o maior do tipo. Até mesmo em outros grandes sismos, como o da Colômbia de 1960, não se viu um deslocamento dessa magnitude. Esse processo se estendeu por uma faixa de 400 km de comprimento e 150 km de largura (na direção em que se dá o mergulho de uma placa sob a outra). A energia total liberada foi equivalente a 600 bombas atômicas como a lançada em Hiroshima|1|.

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Como foi o terremoto?

O terremoto do Japão, chamado também de Grande Terremoto de Tohoku, aconteceu no dia 11 de março de 2011 e teve início às 14h46, no horário local, e 2h26, no horário de Brasília. Após uma série de revisões, o tremor foi classificado como tendo magnitude 9.1 na escala Richter, sendo esse o terremoto mais intenso e destrutivo a acometer o Japão na história do país. Seu tempo total de duração foi de aproximadamente seis minutos.

De acordo com o USGS, dois dias antes desse acontecimento no arquipélago japonês, uma série de tremores com mais de 6 graus na escala Richter — o maior com 7,4 — foram sentidos a cerca de 40 km do epicentro do terremoto de 11 de março.

O ponto da superfície terrestre em que o terremoto de Tohoku teve origem fica a 130 km da Península de Oshika, localizada na costa leste da principal ilha do Japão, Honshu, onde fica a província de Fukushima. O hipocentro do sismo (seu local de origem no interior da crosta terrestre) estava a uma profundidade de 25 km, considerada rasa. Após o sismo principal, centenas de terremotos secundários (chamados de réplicas) de magnitude variando de alta a moderada foram sentidos em outras regiões.

A cidade de Sendai, a mais próxima do epicentro, foi uma das mais devastadas pelo terremoto e pelo tsunami que sucedeu os tremores.

Consequências do terremoto de Fukushima

O terremoto de 2011 foi o mais intenso da história do Japão e o terceiro maior em escala mundial, junto com o terremoto que aconteceu no Oceano Índico em 2004, de acordo com a USGS. O sismo foi responsável pelo deslocamento da costa do Japão e pela alteração entre 10 e 25 centímetros no eixo de rotação Terra, encurtando os dias em 1,8 microssegundo |1|.

Além das consequências diretas na estrutura do arquipélago japonês e na tectônica da área, os abalos sísmicos de 2011 foram avassaladores para a população. Esse foi o terremoto que ocasionou o maior número de vítimas no país, deixando 18.428 mortos e desaparecidos.

A sequência terremoto, tsunami e acidente nuclear deixou um enorme rastro de devastação por onde passou. Os estragos incluem incêndios, explosões, danos à rede elétrica e interrupção do fornecimento de energia e destruição ou obstrução de estradas e vias. Em termos financeiros, estima-se que o prejuízo total foi de quase US$ 200 bilhões.

Veja também: Por que os Estados Unidos são tão atingidos por furacões e tornados?

  • Tsunami em Fukushima

Uma das mais graves consequências do sismo de 2011 foi a sequência de tsunamis que ele produziu na costa japonesa, atingindo ainda outros países banhados pelo Oceano Pacífico. As maiores ondas superaram os 10 metros de altura, e as águas adentraram dezenas de quilômetros pelo território japonês. A maior parcela de mortes do sismo foi em decorrência dos tsunamis, que inundaram uma área de 561 quilômetros quadrados|2|.

A província de Fukushima foi atingida por uma onda de cerca de 14 metros, e a situação rapidamente se agravou. O avanço das águas prejudicou os geradores de apoio que estavam sendo utilizados para o resfriamento dos reatores da Central Nuclear de Fukushima I (Daiichi), levando ao derretimento de três deles.

  • Acidente nuclear de Fukushima

Como explicamos acima, os desdobramentos do tsunami causaram o derretimento de três reatores da Central Nuclear de Fukushima, levando à retirada de 300.000 moradores dos arredores. No dia seguinte, 12 de março, ocorreu a primeira de três explosões, tendo as outras ocorrido nos dias posteriores (14 e 15 de março), liberando altos índices de radiação no ambiente.

Em abril daquele ano, o acidente foi classificado como tendo nível 7 na Escala Internacional de Eventos Nucleares, o mais grave desde o acontecimento em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. A área a ser evacuada inicialmente foi de 20 km. No entanto, tanto os solos da região quanto a água do mar também foram atingidos, e ambos ainda hoje passam por um processo de descontaminação.

Ao todo, foi evacuada uma área de 1.150 km², dos quais 330 km² continuam vazios e mais de 40 mil pessoas permanecem longe de suas antigas residências|3|.

Muitas áreas atingidas pela radiação permanecem desabitadas.
Muitas áreas atingidas pela radiação permanecem desabitadas.

Terremotos no Japão

O Japão está situado na área do planeta conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, caracterizada pela alta instabilidade tectônica. O país registra milhares de tremores de terra todos os anos, de intensidades variadas na escala Richter. Abaixo listamos os 5 piores terremotos da história do Japão de acordo com a sua magnitude.

1) Tohoku (11 de março de 2011): marcou 9,1 na escala Richter e algumas fontes estimam um total de 29.000 vítimas.

2) Hoei (1707): classificado como terremoto de magnitude 8.6, com 5 mil vítimas fatais.

3) Meiji-Sanriku (1896): teve magnitude de 8.5 na escala Richter e vitimou 27 mil pessoas.

4) Ansei-Nankai (1854): tremor de magnitude 8.4, com 10 mil vítimas fatais.

5) Sanriku (1933): classificado como tremor de magnitude 8.4 e fez 3 mil vítimas.

Acesse também: Por que há tantos terremotos no Chile?

No cartaz principal, “Não esqueça Fukushima”. O terremoto de 2011 ocasionou um dos piores acidentes nucleares da história e levantou intensos debates a respeito do uso da energia nuclear.
No cartaz principal, “Não esqueça Fukushima”. O terremoto de 2011 ocasionou um dos piores acidentes nucleares da história e levantou intensos debates a respeito do uso da energia nuclear.

Notas

|1| ANDRADE, Fábio Ramos Dias de. Terremotos e tsunamis no Japão. In: REVISTA USP, São Paulo, n.91, p. 16-29, setembro/novembro 2011. Disponível aqui. Acesso em 08 mar. 2021.

|2| OSKIN, Becky. Japan Earthquake & Tsunami of 2011: Facts and Information. Live Science, 13 set. 2017. Disponível aqui. Acesso em 09 mar. 2021.

|3| SAYURI, Juliana. Dez anos após terremoto, tsunami e acidente nuclear, Fukushima vive ecos da tragédia tripla. Folha de S.Paulo, 06 mar. 2021. Disponível aqui. Acesso em 08 mar. 2021.

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Terremoto de Fukushima em 2011"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/japao/o-terremoto-no-japao.htm. Acesso em 24 de abril de 2024.

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