Notificações
Você não tem notificações no momento.
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Invasões Bárbaras

A invasão dos povos germânicos provocou transformações diversas ao Império Romano.
A invasão dos povos germânicos provocou transformações diversas ao Império Romano.
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

A formação de um vasto império proporcionou aos romanos uma série de dificuldades ligadas à manutenção dos limites territoriais com outros povos europeus. Durante o século IV os povos germânicos foram gradativamente atraídos pela disponibilidade de terras férteis e o clima ameno das possessões romanas. Paralelamente, essas populações também sofriam com a pressão militar exercida pelos hunos, habilidosos guerreiros mongóis que forçavam a entrada dos germânicos no Império Romano.

Naquele período, os romanos tinham o costume de chamar esses invasores estrangeiros de “bárbaros”. Essa palavra de origem grega era genericamente destinada a todo aquele que não tinha capacidade de assimilar a língua e os costumes romanos. Apesar dessa distinção, as invasões bárbaras foram responsáveis diretas por um intenso intercâmbio cultural que modificou profundamente a formação étnica, política, econômica, linguística e religiosa do mundo ocidental.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)


Inicialmente, a aproximação entre os romanos e bárbaros ocorreu de maneira pacífica ao longo da fronteira natural estabelecida pelo Rio Reno. No século XII a.C., a tentativa de expansão dos territórios romanos estabeleceu o envio de tropas para as imediações do rio Elba. Tal ação poderia ser o primeiro passo para que o Império Romano pudesse estabelecer novos domínios na Germânia. Contudo, os povos dessa região acabaram impondo a fronteira romana para trás do rio Reno.

Progressivamente, o contato com os bárbaros permitiu a entrada de estrangeiros na própria estrutura de poder romana. Alguns germânicos eram contratados para realizar a guarda pessoal dos imperadores. Ao mesmo tempo, os povos que habitavam a fronteira foram reconhecidos como federados, tendo a função de evitar que outros povos estrangeiros adentrassem os domínios romanos. Entretanto, no momento que os hunos atacaram as tribos germânicas, a entrada de estrangeiros se intensificou.

Fugindo do terror imposto pelos hunos, os visigodos romperam a fronteira do Império e pediram ajuda das autoridades romanas. O Imperador Valente decidiu abrigá-los na Macedônia com a condição de garantirem a proteção das fronteiras daquela região. Contudo, a presença dos visigodos se tornou uma ameaça no momento em que estes estrangeiros tentaram controlar politicamente o espaço macedônico. Logo em seguida, outras tribos buscaram a Europa como refúgio.

Observando a fragilidade militar dos romanos, algumas tribos germânicas vislumbraram a possibilidade de conquistar algumas partes do Império. Por volta de 402, o rei Alarico, da tribo dos visigodos, promoveu uma série de campanhas militares que deveriam conquistar a Península Itálica. Para que não tomasse a cidade de Roma, este monarca recebeu das autoridades romanas uma vultosa indenização em terras e tributos. Logo em seguida, os visigodos tomaram a Península Ibérica e a região sul da Gália.

Por volta de 406, as tribos germânicas dos quados, vândalos, suevos e alanos também adentraram o militarmente combalido território romano. Os vândalos conquistaram o norte da África e, sob o comando de Genserico, formaram seu reino com capital em Cartago. Em 455, aproveitaram de seu fortalecimento econômico e militar para saquear a cidade de Roma.

Os francos conquistaram a porção norte da Gália. Os burúngios, em 433, se fixaram na região do rio Ródano. Jutos, anglos e saxões promoveram em conjunto a conquista da ilha da Bretanha. O Império Romano se mostrava todo desfigurado com a formação de novos reinos que tomaram toda Europa Ocidental. Aos romanos ainda restava o controle da Península Itálica. Contudo, no ano de 476, os hérulos, comandados pelo rei Odoraco, depuseram Rômulo Augústulo, o último imperador do Império Romano do Ocidente.


Por Rainer Sousa
Mestre em História
Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Invasões Bárbaras"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/invasoes-barbaras.htm. Acesso em 25 de abril de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

Todos eles têm membros compactos e firmes, pescoços grossos, e são prodigiosamente disformes e feios que os poderíamos tomar por animais bípedes ou pelos toros desbastados em figuras que usam nos lados das pontes. [...] Tendo porém o aspecto de homens, embora desagradáveis, são rudes no seu modo de vida, de tal maneira que não tem necessidade nem de fogo nem de comida saborosa; comem as raízes das plantas selvagens e a carne semicrua de qualquer espécie de animal que colocam entre suas coxas e os dorsos dos cavalos para as aquecer um pouco.”

Citado em EPINOSA, Fernanda. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1972.

O texto acima demonstra a impressão de um bispo sobre povos cuja organização social e cultural diferia da sua. Analisando os elementos descritos no texto, pode-se dizer:

  1. que é a fala de um português ao entrar em contato com os indígenas no atual Brasil.
  2. que é a fala dos puritanos ingleses após o conhecimento travado com os índios da América do Norte.
  3. que é a fala dos astecas, definindo as características dos invasores espanhóis.
  4. que é a fala de um romano sobre os povos bárbaros que invadiram o Império.
  5. que é a fala dos hebreus, definindo os egípcios.

Exercício 2

(UFG – adaptado) No contexto da passagem do mundo antigo para o mundo medieval, duas ondas migratórias, cada uma com suas especificidades, caracterizaram o movimento de populações a que denominamos de “invasões germânicas” ou de “invasões bárbaras”. A primeira instalou Visigodos na Espanha, ostrogodos na Itália, vândalos na Tunísia, burgúndios no norte da Itália. A segunda vaga é a da conquista da Gália (pelos francos) e da Inglaterra (pelos anglo-saxões). Sobre esses deslocamentos populacionais, suas características e relevância, julgue os itens:

I – Algumas tribos germânicas foram pressionadas pelo avanço dos hunos e uma forma de negociação (a federação) permitiu a instalação pacífica de ostrogodos e visigodos no interior das fronteias do Império.

II – Os germanos eram originários da Península Escandinava, falavam uma língua indo-europeia, praticavam a agricultura, a pecuária, a pilhagem e tinham uma organização social baseada no clã.

III – O fortalecimento da civilização urbana, o progresso das relações comerciais e o crescimento das vilas (centros de produção agrícolas autossuficientes e voltados para o mercado) são características da primeira onda migratória.

Estão corretas:

  1. Todas as alternativas.
  2. As alternativas I e II.
  3. As alternativas II e III.
  4. As alternativas I e III.
  5. Nenhuma das alternativas.