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Influências do Intercâmbio Colombiano

A descoberta do Novo Mundo proporcionou o chamado intercâmbio colombiano, o deslocamento de plantas e animais que alterou significativamente as formas de viver da humanidade.

O intercâmbio colombiano, iniciado com a chegada do genovês Cristóvão Colombo à América, alterou profundamente as formas de vida da humanidade
O intercâmbio colombiano, iniciado com a chegada do genovês Cristóvão Colombo à América, alterou profundamente as formas de vida da humanidade
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Uma das principais consequências das grandes navegações marítimas dos séculos XV e XVI foi a criação de um grande mercado mundial de troca de diversos bens produzidos em diversos locais do planeta. O processo de criação deste mercado, que se iniciou com a chegada de Cristóvão Colombo à América, teve outras consequências além das trocas comerciais. No aspecto biológico, as viagens realizadas após o feito de Colombo alteraram significativamente hábitos de alimentação, produção agrícola, utilização dos espaços geográficos e também a saúde das pessoas.

Essas informações podem ser encontradas nos trabalhos de Alfred W. Crosby, que criou o termo Intercâmbio Colombiano, e de Charles C. Mann, em seu livro 1943: Como o intercâmbio entre o Novo e o Velho Mundo moldou os dias de hoje, que tratam das consequências desencadeadas pela criação de uma rede de mercado entre vários pontos do globo terrestre.

No aspecto alimentar, o envio de vegetais cultivados e originários da América para serem produzidos na Europa, na Ásia e na África alterou os hábitos alimentares das populações destas regiões, criando em muitos casos uma estabilidade alimentar, proporcionando novos alimentos a serem cultivados e consumidos por essas populações, cujos esforços para sua produção poderiam ser menores.

Exemplos podem ser encontrados com a produção de batata, milho e batata-doce, que alterou a alimentação de europeus e asiáticos, e que, no caso dos chineses, pode ter proporcionado um expressivo crescimento populacional. Na África, a difusão do milho e da mandioca também gerou uma estabilidade alimentar semelhante à da Europa e da Ásia. Entretanto, isso não significou necessariamente o fim da fome entre essas populações, mas se passou a cultivar novos alimentos, o que teria melhorado à situação em relação ao período em que esses alimentos não eram produzidos. Essas foram alterações alimentares e agrícolas proporcionadas pelas viagens de Colombo.

Mas a chegada do navegador genovês à América proporcionou aos nativos do Novo Continente o contato com uma infinidade de micro-organismos que não eram conhecidos por eles. O exemplo mais marcante foi a varíola, que era inexistente no continente americano e foi trazida junto aos europeus. O resultado foi o extermínio da população ameríndia através de doenças, mais do que em decorrência das guerras. O desconhecimento das causas das doenças fazia com que os indígenas não isolassem os doentes para, assim, evitar o contágio dos demais habitantes de uma aldeia. Como não sabiam que os micro-organismos eram transmitidos também pelo ar, quando uma aldeia era infectada, a doença se alastrava, levando parte dos habitantes a buscar refúgio em outra aldeia, disseminando as doenças e as mortes.

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As mortes causadas pela disseminação das doenças deixaram áreas, antes habitadas, desabitadas. Tal situação pode ter criado uma visão errônea sobre a preservação das florestas durante a colonização. Estudos arqueológicos citados pelos autores indicam que partes de florestas que os colonizadores europeus consideravam como intocadas talvez fossem áreas desmatadas, que possivelmente foram reestabelecidas após a morte dos habitantes da região. Essas hipóteses indicam que alguns locais considerados como matas virgens podem no passado ter sido áreas de agricultura, com a retirada de parte da floresta pelos indígenas. Isso indica ações do homem sobre a natureza mesmo antes da ação dos europeus.

O fato dos conquistadores terem trazido também animais que eram domesticados na Europa alterou também algumas práticas indígenas. Um exemplo poder ser encontrado entre os índios das planícies da América do Norte, que passaram a adotar o nomadismo para acompanhar o deslocamento das manadas de bisões.

Esses estudos evidenciam que as alterações provocadas pelas viagens marítimas do século XVI ainda hoje se fazem sentir, mostrando que o impacto do contato entre os habitantes de diferentes continentes mudou suas formas de vida, além de iniciar uma aproximação de vastas áreas do globo terrestre através do mercado mundial.


Por Tales Pinto
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Tales dos Santos Pinto Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PINTO, Tales dos Santos. "Influências do Intercâmbio Colombiano"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/influencias-intercambio-colombiano.htm. Acesso em 23 de abril de 2024.

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