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Tenentismo

Luís Carlos Prestes: um dos grandes líderes do movimento tenentista.
Luís Carlos Prestes: um dos grandes líderes do movimento tenentista.
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O tenentismo foi um movimento que ganhou força entre militares de média e baixa patente durante os últimos anos da República Velha. No momento em que surgiu o levante dos militares, a inconformidade das classes médias urbanas contra os desmandos e o conservadorismo presentes na cultura política do país se expressava. Ao mesmo tempo, o tenentismo era mais uma clara evidência do processo de diluição da hegemonia dos grupos políticos vinculados ao meio rural brasileiro.

Influenciados pelos anseios políticos das populações urbanas, os militares envolvidos nesse movimento se mostraram favoráveis às tendências políticas republicanas liberais. Entre outros pontos, reivindicavam uma reforma constitucional capaz de trazer critérios mais justos ao cenário político nacional. Exigiam que o processo eleitoral fosse feito com o uso do voto secreto e criticavam os vários episódios de fraude e corrupção que marcavam as eleições.

Além disso, eram favoráveis à liberdade dos meios de comunicação, exigiam que o poder Executivo tivesse suas atribuições restringidas, maior autonomia às autoridades judiciais e a moralização dos representantes que compunham as cadeiras do Poder Legislativo. Entretanto, todo esse discurso liberal e moralizador também convivia com a opinião de alguns oficiais que defendiam a presença de um poder forte, centralizado e comprometido com mal definidas “necessidades da nação brasileira”.

As primeiras manifestações militares que ganharam corpo durante a República Oligárquica aconteceram nas eleições de 1922. Aproveitando a dissidência de algumas oligarquias estaduais, os tenentes apoiaram a candidatura de Nilo Peçanha em oposição ao mineiro Arthur Bernardes, politicamente comprometido com as demandas dos grandes cafeicultores. Nesse momento, a falta de unidade política dos militares acabou enfraquecendo essa primeira manifestação conhecida como “Reação Republicana”.

Durante essas eleições a tensão entre os militares e o governo aumentou quando diversas críticas contras os militares, falsamente atribuídas a Arthur Bernardes, foram veiculadas nos jornais da época. Com a vitória eleitoral das oligarquias, a primeira manifestação tenentista veio à tona com uma série de levantes militares que ficaram marcados pelo episódio dos “18 do Forte de Copacabana”, ocorrido no Rio de Janeiro, em julho de 1922.

Nos dois anos seguintes, duas novas revoltas militares, uma no Rio Grande do Sul (1923) e outra em São Paulo (1924), mostrou que a presença dos tenentistas no cenário político se reafirmava. Após terem suas pretensões abafadas pelas forças fiéis ao governo, esses dois grupos se juntaram para a formação de uma guerrilha conhecida como Coluna Prestes. Entre 1925 e 1927, esse grupo composto por civis e militares armados entrecortou mais de 24 mil quilômetros sob a liderança de Luís Carlos Prestes.

A falta de apelo entre os setores mais populares, e as intensas perseguições e cercos promovidos pelo governo acabaram dispersando esse movimento. Luís Carlos Prestes, notando a ausência de um conteúdo ideológico mais consistente à causa militar, resolveu aproximar-se das concepções políticas do Partido Comunista Brasileiro. Em 1931, o líder da Coluna mudou-se para a União Soviética, voltando para o país somente quatro anos mais tarde.

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Por Rainer Sousa
Mestre em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Tenentismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/tenentismo.htm. Acesso em 26 de abril de 2024.

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Exercício 1

(UFRJ) Segundo Anita Prestes, "o tenentismo vinha preencher o vazio deixado pela falta de lideranças civis aptas a conduzirem o processo revolucionário brasileiro que começava a sacudir as já caducas instituições políticas da República Velha". (PRESTES, Anita. "A Coluna Prestes". São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 73.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que:

a) os "tenentes" queriam moralizar a vida política nacional, propondo uma ampla aliança de esquerda.

b) os "tenentes" queriam deixar de ser meros "jagunços" nas mãos das oligarquias estaduais, amparados por um programa democrático.

c) os "tenentes" queriam pôr fim à política democrática instaurada com a República Velha e promover um regime ditatorial único e capaz de finalizar o atraso econômico representado pelas antigas oligarquias cafeeiras.

d) os "tenentes" apresentaram-se como substitutos dos frágeis partidos políticos de oposição aos regimes oligárquicos e à desorganização da sociedade.

e) o tenentismo representou um movimento que buscava romper com a tradição de intervenção militar na política, presente desde a Proclamação da República.

Exercício 2

(Pucpr) Assim, enquanto Prestes aderia ao comunismo - mostrando, ao mesmo tempo, que a vitória de Getúlio Vargas significaria a mera substituição de uns grupos oligárquicos por outros no poder, (...) os "tenentes se deixavam envolver pela campanha da Aliança Liberal...”. (Prestes, Anita Leocádia. "Uma epopeia brasileira - a Coluna Prestes", Editora Moderna, 1995, pág. 103)

Interpretando o texto e com ajuda de seus conhecimentos históricos, assinale a única alternativa correta:

a) Luiz Carlos Prestes, principal líder da "Coluna Prestes", pretendia derrubar o governo opressivo de Epitácio Pessoa.

b) a Aliança Liberal defendia a candidatura de Júlio Prestes, que governava São Paulo.

c) os Tenentes, expressão do movimento político do "Tenentismo", representavam a ideologia socialista e revolucionária.

d) os grupos oligárquicos substituídos representavam principalmente a cafeicultura.

e) A "Coluna Prestes" nunca foi completamente derrotada pelos legalistas, porque fazia a "guerra de posições", enquanto aqueles faziam a "guerra de movimento".