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Bandeirantes

Os bandeirantes foram homens e mulheres que partiram de São Paulo, no Brasil Colônia, para explorar o sertão em busca de indígenas para escravizar e de metais preciosos.

Pintura de 1920 representando os bandeirantes enfrentando os botocudos na região de Mogi das Cruzes.[1]
Pintura de 1920 representando os bandeirantes enfrentando os botocudos na região de Mogi das Cruzes.[1]
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Os bandeirantes foram sertanistas que, durante o Brasil Colônia, partiram da região da atual grande São Paulo em expedições para o interior do território brasileiro. O Rio Tietê foi utilizado como principal via de penetração, levando os paulistas para lugares como Mato Grosso, Paraná e Goiás.

Bandeira era o nome pelo qual as expedições que partiam de São Paulo foram chamadas. Existiram bandeiras com poucas dezenas de membros e outras com milhares. A maior parte das bandeiras era um projeto particular, financiado pelos próprios participantes, geralmente pelo líder. Algumas delas foram financiadas pela Coroa portuguesa.

Na historiografia houve a construção do mito bandeirante, em que ele é visto como um herói e dono de uma nobreza ímpar. Sobretudo no século XX, diversos monumentos foram construídos em homenagem a eles, assim como eles deram nome a diversos logradouros do Brasil. Hoje diversos grupos, como os movimentos negro e indígena, criticam essa visão dos bandeirantes como heróis e defendem que eles foram criminosos que mataram, estupraram, escravizaram e exterminaram populações inteiras.

Leia também: 14 de novembro — Dia do Bandeirante

Tópicos deste artigo

Resumo sobre os bandeirantes

  • Bandeirantes foram os habitantes da vila de São Paulo que participaram das bandeiras no Brasil Colônia, expedições que exploravam o interior do Brasil.
  • A maior parte dos bandeirantes era composta de indígenas e outras pessoas pobres da colônia. Muitas mulheres foram bandeirantes.
  • Os bandeirantes capturavam indígenas e vendiam-nos como escravos. Também buscavam metais preciosos no sertão do Brasil e outros recursos naturais com os quais poderiam lucrar, como as drogas do sertão.
  • Participavam de bandeiras que tinham diferentes objetivos: de prospecção, de aprisionamento e de contrato.
  • Alguns dos principais foram: Susana Dias, Antônio Raposo Tavares, Bartolomeu Bueno da Silva (pai e filho), e Fernão Dias Pais Leme.
  • Foram responsáveis pela fundação de diversas cidades do interior dos estados do Centro-Oeste, São Paulo e Minas Gerais.
  • O bandeirantismo contribuiu com o desenvolvimento da cultura caipira, comum na região conhecida como Paulistânia.
  • A partir do final do século XVII, os bandeirantes passaram a ser contratados por particulares ou pela Coroa para prestar serviços militares.
  • A partir da União Ibérica, os bandeirantes ultrapassaram os limites do Tratado de Tordesilhas, penetrando em regiões que anteriormente eram espanholas.

Quem foram os bandeirantes?

Os bandeirantes foram homens e mulheres que, durante o Brasil Colônia, partiram da região da atual grande São Paulo para explorar o interior do Brasil. Eles inicialmente penetravam o interior em busca de metais preciosos e de indígenas que eram capturados e vendidos como escravos. Com o passar do tempo, as principais atividades dos bandeirantes se modificaram, e eles passaram a combater missões jesuítas, quilombos, além de realizar expedições de abastecimento, principalmente para regiões do Centro-Oeste.

Geralmente, quando falamos em bandeirantes, nos lembramos apenas dos líderes das bandeiras, brancos que eram membros da elite paulista; mas o bandeirante era todo aquele que participava da expedição, como remadores, cozinheiros, padres, carregadores, caçadores, entre diversas outras pessoas que exerciam as mais diferentes atividades na expedição. A maior parte dos bandeirantes era indígena ou descendente de indígena. Também faziam parte das expedições portugueses pobres que viam na bandeira uma forma de ascensão social.

No final do século XIX e na primeira metade do século XX, ocorreu a construção do mito bandeirante, em que ele foi representado em trajes de gala, com grandes chapéus, botas e diversos adereços. Entretanto, o bandeirante real era uma pessoa que andava em trilhas lamacentas, que dormia em precárias barracas e enfrentava as adversidades do clima em meio a florestas. O bandeirante real adotou diversos hábitos indígenas, como andar descalço nas trilhas, dormir em redes, comer com as mãos, entre diversos outros.

Estátua de Bartolomeu Bueno da Silva, um dos principais bandeirantes, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Estátua de Bartolomeu Bueno da Silva na Avenida Paulista, em São Paulo, construída sob a perspectiva do mito bandeirante.[2]

O mito bandeirante foi criado por intelectuais paulistas, por membros da elite e pelo próprio Estado. Os bandeirantes, nessa construção, seriam os ancestrais das famílias da elite paulista, chamada de Quatrocentão. Essa construção excluiu da categoria de “verdadeiros paulistas” os imigrantes que chegavam à cidade, assim como os migrantes, provenientes principalmente do Nordeste.

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Contexto histórico dos bandeirantes

Durante o primeiro meio século de colonização, os portugueses exploraram a planície litorânea do Brasil, desenvolvendo as atividades de extração do pau-brasil e de cultivo da cana-de-açúcar. A Serra do Mar era considerada pelos portugueses uma verdadeira muralha, e relatos dos anos iniciais da colonização descrevem as inúmeras dificuldades para transpor a serra.

São Paulo foi fundada, em 1554, como um colégio dos padres jesuítas chamado de São Paulo do Piratininga. A pequena vila de São Paulo era formada no século XVI por colonos portugueses e indígenas, a maior parte deles cultivava alimentos como o trigo, a mandioca e o milho.

Em 1570, o governo português criou a Companhia de Ordenanças no Brasil por meio de um decreto real. Cada cidade brasileira deveria criar uma companhia de ordenança, composta por 250 homens armados que eram divididos em 10 esquadras, cada esquadra comandada por um cabo.

Um capitão-mor comandava todas as companhias do Brasil e era responsável por nomear o capitão de cada uma. No interior do Brasil, existia uma organização militar similar às companhias de ordenanças, ela era chamada de Bandeira, provavelmente foi por esse motivo que as expedições exploratórias que partiam de São Paulo receberam esse nome.

Durante a União Ibérica, as fronteiras do Tratado de Tordesilhas (1494) deixaram de existir e os bandeirantes passaram a explorar e povoar regiões que antes eram castelhanas. Com o Tratado de Madri (1750), toda essa região passou a fazer parte de Portugal e, depois, do Brasil. Dessa forma, os bandeirantes contribuíram diretamente com a ampliação do território brasileiro.

Mapa da Bacia Tietê-Paraná mostrando as possibilidades dos bandeirantes a partir do Rio Tietê.
Partindo pelo Rio Tietê, os bandeirantes chegavam a diversos lugares, como Goiás, Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais.[3]

Um fator geográfico também favoreceu o bandeirantismo em São Paulo, o Rio Tietê. Ele possui um percurso contrário ao da maioria dos rios do Brasil, pois nasce na Serra do Mar e não corre para o litoral, mas faz justamente o contrário, suas águas vão para o interior do estado, onde desaguam no Rio Paraná. Esse fator possibilitou que os bandeirantes o utilizassem como via para conquistar o interior do país.

Objetivos dos bandeirantes

Os primeiros bandeirantes partiram de São Paulo em busca de metais e minerais preciosos, principalmente de ouro, prata, diamantes e esmeraldas, que eram os mais valorizados. Eles demoraram quase dois séculos para conseguir encontrar ouro em grande quantidade no país.

Sem os metais, os bandeirantes passaram a lucrar com a captura de indígenas, estes eram vendidos no litoral como escravos ou eram utilizados como mão de obra nas fazendas dos paulistas. Mesmo após a proibição da escravidão indígena pela Coroa, eles continuaram a ser capturados e comercializados pelos bandeirantes.

Na metade do século XVII, os escravos indígenas passaram a valer pouco, sobretudo pela conquista de Angola, que aumentou o número de escravos africanos no Brasil e intensificou a escravidão africana no país, e pela legislação portuguesa, que dificultava a escravidão dos indígenas. Os bandeirantes passaram a ser contratados por fazendeiros ou pelo governo para diversas atividades, como explorar territórios e combater indígenas e quilombos rebelados.

A partir do século XVIII, os bandeirantes passaram a realizar as monções, expedições que partiam do Rio Tietê, principalmente da cidade de Porto Feliz, com o objetivo de abastecer áreas do interior do Brasil, como Goiás e Cuiabá. Nessas expedições, os bandeirantes transportavam diversos produtos que eram comercializados, como armas, pólvora, ferramentas, tecido, alimentos, entre diversos outros.

Quais os tipos de bandeirantes?

Os bandeirantes participavam de bandeiras que tinham diferentes objetivos:

  • Bandeiras de prospecção: buscavam explorar novos territórios com o objetivo de encontrar minerais preciosos. No início, os bandeirantes encontraram ouro em pequena quantidade na região de Iguape, Guarulhos, Pico do Jaraguá, que hoje faz parte da cidade de São Paulo, e em Santana do Parnaíba. No final do século XVII, os bandeirantes foram enfim recompensados, quando encontraram grandes veios de ouro na região de Minas Gerais. No entanto, a exploração de ouro pelos bandeirantes na região durou pouco, e, após a Guerra dos Emboabas (1708-1709), eles foram expulsos de Minas Gerais. Os bandeirantes continuaram sua busca por ouro, e, no primeiro quarto do século XVIII, encontram-no em Goiás e no Mato Grosso, passando a explorar essas regiões.
  • Bandeiras de preação ou de aprisionamento: ocorreram de forma concomitante com as bandeiras de prospecção. Os bandeirantes atacavam aldeias e agiam com extrema violência contra os indígenas, capturando os sobreviventes do combate e levando-os até São Paulo ou litoral, onde eram comercializados como escravos.
  • Bandeiras de contrato: eram contratadas por membros da elite e pela Coroa como um exército mercenário. Geralmente os bandeirantes eram utilizados como tropas que combatiam povos indígenas ou quilombos. Domingos Jorge Velho, por exemplo, foi contratado pelo governador de Pernambuco e pelos senhores de engenho da região para combater o Quilombo dos Palmares, no final do século XVII.

Veja também: Entradas e bandeiras — as diferentes expedições realizadas no século XVIII em direção ao interior do Brasil

Principais bandeirantes da história

  • Susana Dias: muitas mulheres foram bandeirantes, ao contrário do que vemos na historiografia tradicional e nos livros didáticos. Uma das primeiras mulheres bandeirantes foi Susana Dias. Ela nasceu provavelmente um ano antes da fundação de São Paulo, em 1553, e era neta do Cacique Tibiriçá. Por volta de 1580, Susana Dias construiu um rancho nas margens do Tietê, chamado pelos indígenas da região de Parnaíba, e construiu no local uma capela dedicada à Santa Ana. Na época, um de seus filhos, André Fernandes, tinha cerca de dois anos de idade. O local onde ela construiu a capela é hoje a cidade de Santana do Parnaíba, por esse motivo ela é considerada a fundadora da cidade. Seu filho Baltasar Fernandes foi também bandeirante e fundou a cidade de Sorocaba. Outro filho de Susana, Domingos Fernandes, fundou a cidade de Itu.
  • Antônio Raposo Tavares: nasceu no Alentejo, em Portugal, e migrou para a colônia brasileira com algumas posses. Em São Paulo, ele foi considerado um “homem bom” e exerceu o cargo de vereador na Câmara. Ele chegou ao planalto do Piratininga por volta de 1622, possuindo uma casa na cidade de São Paulo e uma propriedade rural onde é hoje o Quartel de Quitaúna, em Osasco. Foi desse local que ele partiu para a maior parte de suas expedições. Ele atacou diversas missões jesuíticas no Guairá, derrotando-as e escravizando dezenas de milhares de indígenas. Também liderou a expedição que percorreu parte do que é hoje a fronteira seca brasileira. Essa expedição percorreu mais de 10 mil quilômetros e durou três anos. Ela partiu de São Paulo e chegou a Belém do Pará. Partiram cerca de 1200 pessoas, das quais somente 59 chegaram ao Pará.
  • Bartolomeu Bueno da Silva (pai e filho): Bartolomeu Bueno da Silva, o pai, ficou conhecido por Anhanguera, o “Diabo Velho”. Segundo a lenda, ele ameaçou atear fogo nas águas se os indígenas não lhe mostrassem a localização das minas de ouro da região de Goiás. Como os indígenas não informaram a localização, em uma bacia, ele colocou aguardente e ateou fogo nela, com os indígenas acreditando se tratar de água. Amedrontados, os indígenas teriam mostrado onde o ouro se encontrava. Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, partiu de Santana do Parnaíba, em 1720, e acabou descobrindo ouro em Goiás. Ele fundou a Cidade de Goiás, conhecida como Goiás Velho, que, durante muito tempo, foi a capital da província de mesmo nome.
  • Fernão Dias Pais Leme: ficou conhecido como o Caçador de Esmeraldas, nasceu em São Paulo em 1608. Ele integrou expedições de Raposo Tavares, que combateram missões na atual Região Sul do Brasil. Em 1661, ele liderou uma bandeira na região do atual Paraná e capturou mais de três mil indígenas, muitos deles passaram a trabalhar em suas terras, próximo de Santana do Parnaíba. Realizou diversas outras expedições, muitas delas em busca de esmeraldas, e morreu em uma delas, em 1681.

Consequências das atividades dos bandeirantes

A primeira consequência foi o povoamento de boa parte do interior do Brasil, principalmente na região sul de Minas Gerais, interior do estado de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Norte do Paraná. Por onde passavam, alguns bandeirantes se fixaram na terra, passando a viver em pequenos sítios, onde praticavam a agricultura e a pecuária de subsistência.

As descobertas de ouro em Minas, Goiás e Mato Grosso deram origem às primeiras cidades do interior do Brasil, como Ouro Preto, Sabará, Cuiabá, Cidade de Goiás, entre tantas outras. O grande fluxo de pessoas para as regiões mineradoras levou à construção de estradas, que integraram o Centro-Oeste ao resto da colônia.

Outra consequência foi o desenvolvimento, nas regiões povoadas pelos bandeirantes, da chamada cultura caipira. O chamado caipira vivia em pequenas propriedades rurais, onde praticava a agricultura e a pecuária de subsistência. O modo de vida caipira herdou diversas características da cultura indígena, como o cultivo do milho, base da culinária caipira. Com o milho, fazia-se a farinha, o cuscuz, a pamonha, a sopa com cambuquira, o fubá, a pipoca, o bolo de fubá, entre outros.

O milho alimentava, ainda, as galinhas caipiras e os porcos, principais fontes de proteína do caipira, além do peixe. Essa região de cultura caipira é chamada por alguns historiadores de Paulistânia. O que chamamos atualmente de “comida mineira” é, na verdade, parte da culinária caipira.

A cultura caipira ainda sobrevive em algumas regiões da Paulistânia, e, depois de décadas sendo considerada uma cultura atrasada, hoje passou a ser valorizada, com grupos que tocam moda de viola e restaurantes que resgatam pratos da culinária caipira. Há, ainda, o resgate de algumas plantas consumidas por eles, chamadas atualmente de plantas alimentícias não convencionais (Planc).

Movimento bandeira

Também chamado de bandeirismo, o movimento bandeira foi um movimento político que surgiu na década de 1930, sob a liderança de Cassiano Ricardo, poeta que foi membro da Academia Brasileira de Letras.

A década de 1930 foi conturbada no Brasil e no mundo. Na Europa, governos de extrema-direita ocupavam o poder na Alemanha, Itália, Portugal e, por fim, na Espanha, após o fim da Guerra Civil Espanhola. A União Soviética estava isolada do mundo nesse momento, mas as ideias socialistas inspiravam movimentos em diversos lugares.

No Brasil, o país estava dividido entre movimentos de esquerda e direita. A Aliança Nacional Libertadora aglutinava as forças de esquerda, e a Ação Integralista Brasileira, as de direita. O movimento bandeira surgiu nesse contexto. Era um movimento nacionalista, mas que, ao contrário do integralismo, defendia um Estado democrático.

O movimento recebeu esse nome em referência aos bandeirantes, que, na visão romântica de Cassiano Ricardo, eram os verdadeiros fundadores da nação brasileira, desbravadores corajosos que teriam criado a nação.

Exercícios resolvidos sobre bandeirantes

Questão 1

(UFU) A atividade bandeirante marcou a atuação dos habitantes da Capitania de São Vicente entre os séculos XVI e XVIII.

A esse respeito, assinale a alternativa correta.

A) Buscando capturar o índio para utilizá-lo como mão de obra, ou para descobrir minas de metais e pedras preciosas, o chamado bandeirismo apresador e o prospector foram importantes para a ampliação dos limites geográficos do Brasil colonial.

B) As bandeiras eram empresas organizadas e mantidas pela Metrópole, com o objetivo de conquistar e povoar o interior da colônia, assim como garantir, efetivamente, a posse e o domínio do território.

C) As chamadas bandeiras apresadoras tinham uma organização interna militarizada e eram compostas exclusivamente por homens brancos, chefiados por uma autoridade militar da Coroa.

D) O que explicou o impulso do bandeirismo do século XVII foi a assinatura do tratado de fronteiras com a Espanha, que redefiniu a linha de Tordesilhas e abriu as regiões de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul, possibilitando a conquista e a exploração portuguesa.

E) Derivado da bandeira de apresamento, o sertanismo de contrato era uma empresa particular, organizada com o objetivo de pesquisar indícios de riquezas minerais, especialmente nas regiões de Mato Grosso e Minas Gerais.

Resolução:

Alternativa A

As bandeiras de preação e de prospecção levaram os bandeirantes a adentrarem nos territórios que, pelo Tratado de Tordesilhas, faziam parte da Espanha. Isso ocorreu principalmente na época da União Ibérica. Nesse processo, surgiram alguns povoados que foram responsáveis, em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, pela ampliação do território português e, consequentemente, brasileiro.

Questão 2

(Unesp)

Nossa milícia, Senhor, é diferente da regular que se observa em todo o mundo. Primeiramente nossas tropas com que vamos à conquista do gentio bravo desse vastíssimo sertão não é de gente matriculada no livro de Vossa Majestade, nem obrigada por soldo, nem por pagamento de munição.

(Carta de Domingos Jorge Velho ao rei de Portugal, em 1694.)

De acordo com o autor da Carta, pode-se afirmar que:

A) os bandeirantes possuíam tropas de mercenários, pagas pela metrópole, com o objetivo de exterminar indígenas.

B) havia proibição oficial de capturar índios para a escravização e os bandeirantes pretendiam evitar ser punidos pelos colonos e pelos espanhóis.

C) os exércitos portugueses, organizados na colônia, tinham a particularidade de serem compostos por indígenas especializados em destruir quilombos.

D) algumas tribos indígenas ameaçavam a segurança dos colonos e as bandeiras eram tropas encarregadas de transportar os nativos para as reduções religiosas.

E) muitas das bandeiras paulistas eram constituídas por exércitos particulares, especializados em exterminar e capturar indígenas para serem escravizados.

Resolução:

Alternativa E

A maior parte das bandeiras que partiram de São Paulo era financiada pelos próprios líderes das bandeiras, sem investimentos do Estado português.

Créditos de imagem

[1]José Rosael /  Hélio Nobre / Museu Paulista (USP) / Wikimedia Commons (reprodução)

[2]Adrian Michael / Wikimedia Commons (reprodução)

[3]André Koehne / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

FERRAZ, Eugênio. A origem do Centro de Estudos do Ciclo do Ouro. Editora C/ Arte, João Pessoa, 2006.

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. Companhia das Letras, São Paulo, 2007.

MACHADO, Iran F. FIGUERÔA, Silvia. História da mineração brasileira. Editora CRV, Curitiba, 2021.

Escritor do artigo
Escrito por: Jair Messias Ferreira Junior Pós-graduado em História pela Unicamp e professor da Educação Básica há mais de 20 anos. Também é formador de professores e produtor de materiais didáticos há mais de 10 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

JUNIOR, Jair Messias Ferreira. "Bandeirantes"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/o-bandeirantismo.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

De estudante para estudante


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