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O não como prefixo: com hífen ou sem hífen?

O não como prefixo, antes grafado com hífen, mediante a nova reforma ortográfica passou a ser grafado sem hífen.

Uma das mudanças advindas da nova reforma ortográfica diz respeito ao hífen, mais precisamente quanto ao uso do “não-” como prefixo
Uma das mudanças advindas da nova reforma ortográfica diz respeito ao hífen, mais precisamente quanto ao uso do “não-” como prefixo
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Muitas são as palavras existentes na nossa língua portuguesa formadas por prefixos cujos sentidos são atribuídos a vários aspectos, dentre eles o de negação. Dessa forma, temos vocábulos como: desleal, incompreensível, incompatível, inútil, desfavorável, etc. Constatamos que os prefixos “-des” e “-in” se encarregaram de atribuir às palavras o sentido em questão.

Sabemos também que há outras palavras, ainda que não formadas pelo mesmo prefixo, mas que carregam em si a mesma carga semântica. Exemplos como “não-verbal”, “não-concluído”, “não-poluente”, etc., revelam que os prefixos antes ressaltados não lhes caberiam, haja vista que soaria um tanto quanto estranho dizermos “inverbal”, “desverbal”, “desconcluído” e por aí vai. Assim, diante desse fato linguístico, temos que nos ater a duas observações importantíssimas: a primeira delas diz respeito ao emprego do hífen, cuja presença se deve ao fato de demarcar que o “não” foi deslocado de uma função a outra, ou seja, o que antes atuava (e ainda continua atuando) como um adjunto adverbial, agora faz o papel de um prefixo. Tem-se que tal ocorrência, por sinal recente, atesta o dualismo existente entre as palavras, ou seja, o não-verbal x verbal, o não-concluído x concluído e assim por diante.

O outro aspecto, não menos importante, refere-se ao fato de que depois do advento promulgado pela nova reforma ortográfica, o hífen, antes demarcado nas palavras constituídas do “não” na qualidade de prefixo deixou de existir. Assim, o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) atesta que agora os exemplos antes citados, assim como os demais, não trazem consigo o uso desse sinal. Ou seja:

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NÃO VERBAL

NÃO CONCLUÍDO

NÃO POLUENTE...

Como bom usuário deste vastíssimo idioma, não se esqueça de se atentar para os muitos pressupostos que o demarcam, inclusive esse que acabamos de conferir.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras

Escritor do artigo
Escrito por: Vânia Maria do Nascimento Duarte Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "O não como prefixo: com hífen ou sem hífen?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/o-nao-como-prefixo-com-hifen-ou-sem-hifen.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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