Notificações
Você não tem notificações no momento.
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Uso do hífen

O uso do hífen depende de regras específicas, sendo usado em palavras compostas, sem elemento de ligação.

Barra de busca com o escrito “uso do hífen”, uma das principais dúvidas de ortografia.
O uso do hífen depende de certas regras.
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

O uso do hífen é uma das principais dúvidas ortográficas da língua portuguesa. De forma geral, o hífen é usado em palavras compostas sem elemento de ligação, como “arco-íris”, por exemplo. Por outro lado, não o utilizamos nas palavras compostas com elemento de ligação, tais como “pé de moleque”. É preciso também estar atento(a) ao uso ou não uso do hífen após os prefixos.

Leia também: Quais são as regras de acentuação gráfica?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o uso do hífen

  • O hífen é usado em algumas palavras compostas, segundo certas regras.

  • Também é utilizado para unir verbos a pronomes oblíquos átonos.

  • Geralmente, palavras compostas sem elemento de ligação apresentam o hífen.

  • Já os termos compostos com elementos de ligação costumam não apresentar hífen.

  • O hífen [-], a meia-risca [–] e o travessão [—] possuem tamanhos e usos distintos.

Videoaula sobre o hífen


Para que serve o hífen?

  • Marcar a justaposição dos termos de algumas palavras formadas pelo processo de composição: mata-borrão, sexta-feira etc.

  • Unir verbos a pronomes oblíquos átonos:

    • ênclise: deu-lhe, ama-os, viu-me etc.

    • mesóclise: dir-se-ia, dar-lhe-ei etc.

  • Indicar a separação silábica: de-fi-ni-ti-va-men-te, pro-sai-co etc.

Quando usar o hífen?

  • Em palavras compostas, sem elemento de ligação: arco-íris, terça-feira, guarda-chuva, para-choque etc. Exceções: mandachuva, paraquedas.

  • Em palavras compostas, sem elemento de ligação, formadas por elementos repetidos ou semelhantes: tico-tico, pingue-pongue, reco-reco etc.

  • Em termos compostos em que o segundo elemento utiliza o apóstrofo: caixa-d’água, mestre-d’armas etc.

  • Após os termos “além”, “aquém”, “bem”, “recém” e “sem”: além-túmulo, aquém-mar, bem-nascido, recém-chegado, sem-teto etc.

  • Após o prefixo “mal”, quando seguido de vogal, “h” ou “l”: mal-educado, mal-humorado, mal-limpo etc.

  • Em adjetivos gentílicos: estado-unidense, mato-grossense-do-sul, boa-vistense etc.

  • Em vocábulos compostos, com ou sem elemento de ligação, que indicam seres da fauna ou da flora: bem-te-vi, comigo-ninguém-pode, joão-de-barro, erva-doce etc.

  • Nos encadeamentos vocabulares: a social-democracia, a ponte Paraguai-Brasil etc.

  • Depois dos prefixos que terminam com a mesma vogal que inicia o segundo elemento da palavra composta: contra-ataque, micro-onda, anti-inflamatório etc.

  • Após os prefixos que terminam com a mesma consoante que inicia o segundo elemento da palavra composta: super-raro, sub-base etc.

  • Após os prefixos “pré-”, “pós-” e “pró-”: pré-histórico, pós-doutorado, pró-democracia etc.

  • Depois dos prefixos “circum-” e “pan-”, quando seguidos de termos que se iniciam com vogal, “h”, “m” ou “n”: pan-americano, pan-helênico, circum-navegar, pan-mágico etc.

  • Após os prefixos “ex-”, “sota-”, “soto-”, “vice-”: ex-prefeita, sota-vento, soto-piloto, vice-prefeito etc.

  • Depois de prefixo terminado em vogal, “r” ou “b”, quando o segundo elemento da palavra se inicia com “h”: anti-herói, super-homem, sub-humano etc.

  • Em palavras compostas, quando os dois termos indicam etnia: afro-brasileiro, franco-alemão etc.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Quando não usar o hífen?

  • Em palavras compostas, quando apenas um dos termos indicar etnia: eurocêntrico, afrodescendente etc.

  • Após o prefixo “mal”, quando NÃO seguido de vogal, “h” ou “l”: malquerer, maltratar etc.

  • Em palavras compostas, com elemento de ligação: dona de casa, pé de moleque etc. Exceções: cor-de-rosa, água-de-colônia, mais-que-perfeito, pé-de-meia (quantia economizada), arco-da-velha.

  • Depois dos prefixos que terminam com vogal diferente daquela que inicia o segundo elemento da palavra composta: autoescola, extraordinário, pseudoator, infraestrutura etc.

  • Após os prefixos átonos “co-”, “pro-”, “pre-” e “re-”: coautoria, coordenado, proativo, preestabelecer, reeditar etc.

  • Depois dos termos “quase” e “não” com valor de prefixo: o quase processo, a não agressão etc.

  • Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento se inicia com “r” ou “s”, dobramos o “r” ou “s”: microrregião, antissocial, ultrassom etc.

Hífen e o novo acordo ortográfico

Veja a seguir como ficou o uso do hífen após o novo acordo ortográfico:

Uso do hífen antes do acordo ortográfico

Uso do hífen depois do acordo ortográfico

Não se usa hífen diante dos adjetivos gentílicos: estadounidense, boavistense etc.

Em adjetivos gentílicos: estado-unidense, boa-vistense etc.

Não se usa hífen após os prefixos que terminam com a mesma vogal que inicia o segundo elemento da palavra composta: microonda, antiinflamatório etc.

Após os prefixos que terminam com a mesma vogal que inicia o segundo elemento da palavra composta: micro-onda, anti-inflamatório etc.

Em palavras compostas, com elemento de ligação: dia-a-dia, fim-de-semana etc.

Não se usa hífen em palavras compostas, com elemento de ligação: dia a dia, fim de semana etc.

Após os prefixos seguidos de termos iniciados por vogal, “h”, “r” ou “s”: auto-estrada, extra-oficial, semi-selvagem, supra-renal etc.

Não se usa hífen após os prefixos que terminam com vogal diferente daquela que inicia o segundo elemento da palavra composta: autoestrada, extraoficial etc.

Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento se inicia com “r” ou “s”, dobramos o “r” ou “s”: suprarrenal, semisselvagem etc.

Após os termos “quase” e “não” com valor de prefixo: o quase-irmão, a não-intervenção etc.

Não se usa hífen após os termos “quase” e “não” com valor de prefixo: o quase irmão, a não intervenção etc.


Quais são as diferenças entre hífen, meia-risca e travessão?

Tanto o hífen [-] quanto a meia-risca [–] e o travessão [—] são traços, mas com dimensões diferentes e usos distintos:

  • Hífen [-]: é um sinal gráfico usado em algumas palavras compostas, segundo certas regras.

  • Meia-risca [–]: é um mero traço de ligação; porém, as gramáticas da língua portuguesa não trazem regras para o seu uso. Comumente, a meia-risca é usada para indicar uma sequência, como, por exemplo: “Temos a seguinte variação de temperatura: -10–5°C”. Note que, nesse caso, se colocássemos um hífen em vez de uma meia-risca, ficaria um pouco confuso. Portanto, o uso assim se justifica.

  • Travessão [—]: é utilizado, principalmente, para indicar a fala de personagens em uma narrativa. Mas ele também pode ser usado com a mesma função do parêntese. Por exemplo: “O livro (um clássico mundial) chegou ontem” ou “O livro — um clássico mundial — chegou ontem”.

Veja também: Cedilha [Ç] — a junção da letra C com um sinal diacrítico

Exercícios resolvidos sobre o uso do hífen

Questão 1

Existem regras para o uso ou não uso do hífen após os prefixos. Sabendo-se disso, é possível afirmar que todas as palavras abaixo devem utilizar o hífen, com exceção de:

A) Hiper-romântico.

B) Mini-saia.

C) Micro-ônibus.

D) Super-humano.

E) Pré-história.

Resolução:

Alternativa B.

Segundo as regras, o correto é escrever “minissaia”. Afinal, quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento se inicia com “r” ou “s”, dobramos o “r” ou o “s”.

Questão 2

Analise os termos abaixo e marque a alternativa em que o uso do hífen é necessário.

A) Maldizer.

B) Semiaberto.

C) Neorrealista.

D) Afroamericano.

E) Multiverso.

Resolução:

Alternativa D.

Segundo as regras, o certo é escrever “afro-americano”. Afinal, usamos o hífen em palavras compostas, quando os dois termos indicam etnia.

Questão 3

Analise os enunciados abaixo e assinale a alternativa em que o uso ou não uso do hífen está INCORRETO.

A) O remédio vem com contagotas, mas não sei quantas gotas usar.

B) Veja, Arthur, como estão bonitas as flores do meu copo-de-leite.

C) Ontem caiu um pé-d’água aqui na minha cidade e fiquei com medo.

D) Estou ansioso para ficar cara a cara com esse pilantra.

E) Eva comprou um guarda-roupa novo, pois o velho estava cheio de cupins.

Resolução:

Alternativa A.

A palavra “conta-gotas” não apresenta elemento de ligação. Portanto, o uso do hífen é necessário.

Fonte

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

 

Por Warley Souza
Professor de Português

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Uso do hífen"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/emprego-do-hifen.htm. Acesso em 18 de março de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

Analise os pares de palavras evidenciados a seguir e explicite seus conhecimentos acerca da mudança neles ocorrida: 

Exercício 2

Realize o mesmo procedimento mediante os exemplos abaixo descritos. 

Artigos Relacionados


Cedilha

Saiba tudo acerca da cedilha (Ç): suas regras e casos de uso, origem etimológica, inserção no português e como diferenciá-la de letras com sonoridades semelhantes.
Gramática

Dicas ortográficas

Dicas ortográficas são recursos acessíveis ao usuário no sentido de aperfeiçoar cada vez mais a competência linguística, sobretudo na escrita.
Gramática

Formas verbais ligadas por hífen – marcas relevantes

Amplie seus conhecimentos sobre este assunto!
Gramática

História da língua portuguesa no mundo

Língua portuguesa: Conheça a história de nosso idioma e quais países compõem essa interessante comunidade linguística.
Gramática

Hífen - O que mudou?

Confira as situações que você não usa mais o hífen!
Novo acordo ortográfico

Hífen - O que permanece igual?

Confira aqui todos os casos em que as regras do hífen permanecem iguais após o Novo Acordo.
Novo acordo ortográfico

Letras maiúsculas e minúsculas – circunstâncias em que se manifestam

Aprimore seus conhecimentos no que tange a esse assunto!
Gramática

O não como prefixo: com hífen ou sem hífen?

Você já se perguntou acerca do não como prefixo, no sentido de descobrir se ele se escreve com hífen ou sem hífen? Descubra em um só clique se houve alguma mudança!
Gramática

Ortoépia e Prosódia

Você sabe o que é Ortoépia e Prosódia? Confira aqui alguns exemplos
Gramática

Prefixo “pré” e o uso ou não do hífen

O uso ou não do hífen no prefixo “pré” se encontra relacionado a pressupostos específicos. Torne-se então um (a) conhecedor (a) desse caso ao clicar aqui!
Gramática