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Irlanda

Bandeira da Irlanda
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Entre os séculos XIV e XV ocorreu um retrocesso do domínio inglês. Novo tratado reafirmou o poder da coroa mediante a criação de três novos condados anglo-irlandeses, os de Desmond, Kildare e Ormonde. No século XVI ocorreu notável reflorescimento da língua, da legislação e da cultura irlandesas. Nesse mesmo século, os condes de Kildare conseguiram o controle político de todo o país.
A execução de Thomas de Kildare, que se opunha à ruptura de Henrique VIII da Inglaterra com a Igreja Católica, em 1537, provocou uma sublevação na Irlanda.

O filho de Kildare, Thomas Fitzgerald, foi também morto, o que acarretou o fim do condado. Henrique VIII foi reconhecido como rei da Irlanda e ordenou o confisco das terras dos rebeldes.
Entre 1547 e 1553, sob o reinado de Eduardo VI, instaurou-se na Irlanda uma política de reconciliação religiosa, mas o protestantismo foi aceito apenas pelos funcionários ingleses. Maria Tudor, que reinou de 1553 a 1558, restaurou o catolicismo como religião oficial.

Três grandes rebeliões se sucederam na Irlanda durante o reinado de Elizabeth I da Inglaterra, em conseqüência dos Estatutos de Supremacia e Uniformidade, aprovados em 1559 pelo governo inglês. Tais dispositivos limitavam a prática do catolicismo na ilha e procuravam reimplantar a supremacia da Igreja Anglicana.

No século XVII, sob Jaime I da Inglaterra, as terras do condado de Ulster confiscadas aos rebeldes foram distribuídas entre os súditos ingleses e escoceses de religião protestante, mediante um sistema de colonização que discriminou severamente os irlandeses. Essa situação conduziu a um levante geral em 1641, só dominado 11 anos mais tarde, pelas forças de Oliver Cromwell.

Um ano depois, a Irlanda integrou-se ao regime republicano de Cromwell, junto com a Escócia e a Inglaterra. Posteriormente, os irlandeses apoiaram a restauração dos Stuart. Carlos II, que de 1660 a 1685 foi o soberano de Inglaterra, Escócia e Irlanda, favoreceu a tolerância religiosa, mas os protestantes intransigentes firmaram posição contra tal política.

Depois da derrota de Jaime II e das forças irlandesas frente a Guilherme III, em 1690, o país passou por um período de miséria e perseguições, e a situação só se abrandou no século XVIII. As tentativas de alcançar a autonomia provocaram a revolução de 1798, dirigida por uma sociedade secreta denominada Irlandeses Unidos. Para fazer frente ao separatismo da ilha, o governo inglês unificou a estrutura do estado e fundou, em 1801, o Reino da Grã-Bretanha e Irlanda.

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Tópicos deste artigo

Independência

Durante o século XIX, o descontentamento estendeu-se para todos os setores da sociedade irlandesa. Daniel O'Connell organizou um movimento popular de caráter nacionalista e em 1829 conseguiu para os católicos irlandeses o direito de acesso à maior parte dos cargos públicos. No período entre 1846 e 1848, a fome e uma epidemia de tifo assolaram o país. Os numerosos emigrantes que se estabeleceram na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos difundiram um importante movimento nacionalista de independência, o Sinn Féin.

Depois de prolongados esforços para conseguir a autonomia do país, em 6 de dezembro de 1921 foi assinado um tratado pelo qual a Irlanda tornou-se estado livre, mas como domínio do soberano inglês. Além disso, parte do Ulster (Irlanda do Norte) permaneceu anexada ao Reino Unido.

Eamon de Valera, líder dos nacionalistas republicanos, tentou conseguir a independência total. Vitorioso nas eleições de 1933, promulgou a constituição de 1937, pela qual a Irlanda passou a ser denominada Eire e se desvinculou da monarquia britânica. Durante a segunda guerra mundial, o governo irlandês manteve uma política de neutralidade, apesar dos ataques aéreos alemães a Dublin e das pressões do presidente Franklin Roosevelt, dos Estados Unidos.

Com a derrota de De Valera nas eleições de 1948, os republicanos foram substituídos no poder por um governo de coalizão encabeçado pelo nacionalista John A. Costello. Em 1949, o Reino Unido reconheceu a independência da Irlanda, mas declarou que os seis condados da Irlanda do Norte, de maioria protestante, não poderiam ser cedidos à república sem o consentimento dos irlandeses do norte. De Valera foi novamente primeiro-ministro de 1951 a 1954, e de 1959 a 1973 ocupou a presidência da república.
Em 1985, os governos irlandês e britânico assinaram um acordo pelo qual a Irlanda reconhecia a união da Irlanda do Norte com a Grã-Bretanha. Em troca, o governo irlandês passou a ter um papel consultivo na administração da Irlanda do Norte. Entretanto, essa medida não foi suficiente para pôr termo às tentativas dos católicos da Irlanda do Norte de separar-se do Reino Unido.

Instituições políticas

A Irlanda é uma democracia constitucional parlamentar, cuja constituição, promulgada em 1937, pode ser emendada por referendo. O presidente da república é o chefe de estado, eleito por voto popular direto, com mandato de sete anos e possibilidade de uma única reeleição. Desempenha suas funções com a ajuda do Conselho de Estado. O chefe do governo é o primeiro-ministro (taoiseach).

O Parlamento (Oireachtas), bicameral, é formado pela Câmara dos Representantes (Dáil) e pelo Senado. O Dáil conta com 166 membros eleitos por sufrágio universal a cada cinco anos; o Senado é integrado por sessenta representantes, escolhidos da seguinte forma: 11 indicados pelo primeiro-ministro, seis eleitos pelas universidades irlandesas e 43 eleitos para representar os diversos grupos econômicos, profissionais e culturais.

O sistema judiciário é constituído por tribunais distritais em cada condado, e pela Suprema Corte, que é o juizado de última instância.

Os juízes são designados pelo presidente da república e, salvo em casos de incapacidade ou delito, exercem o cargo até a aposentadoria ou morte. Não existem corpos policiais locais. A Guarda Civil, criada em 1922, é a força pública de âmbito nacional, cujo comandante responde diretamente ao ministro da Justiça. Parte da Guarda Civil é empregada em investigações e capturas, trabalha à paisana e quando necessário, armada. O restante trabalha de uniforme e desarmado. O serviço militar é voluntário. Oficiais das três armas participaram de diversas missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Oriente Médio, Zaire e Chipre.

As três forças políticas mais importantes do país são o Fianna Fáil, republicano; o Fine Gael, nacionalista, e o Partido Trabalhista. A divisão administrativa estabelece quatro províncias (Leinster, Munster, Connacht e Ulster), subdivididas em 27 condados, governados pelos conselhos de condado, eleitos periodicamente por sufrágio universal.

Sociedade

A administração dos serviços de saúde está a cargo das repartições locais, sob a supervisão do Ministério da Saúde. Salvo nos casos de crianças ou de grupos sociais desfavorecidos, o custo dos benefícios é pago.

O ensino primário é gratuito, obrigatório e em sua maior parte religioso (católico). Quase todo o ensino secundário é privado. As universidades mais importantes são a de Dublin (Trinity College) e a Nacional da Irlanda. O sindicalismo, de longa tradição no país, exerce importante papel na sociedade. As negociações coletivas entre trabalhadores e empresas são mediadas pelo Tribunal do Trabalho.

O catolicismo é professado pela quase totalidade da população, com outros grupos religiosos claramente minoritários, como presbiterianos, metodistas e judeus. Não há religião oficial, e a liberdade religiosa e de consciência está assegurada pela constituição.

Cultura

Uma das características mais notáveis da Irlanda é que um país de dimensões territoriais tão reduzidas tenha produzido um tão grande número de grandes escritores, como Jonathan Swift, Oscar Wilde, James Joyce, William Butler Yeats, George Bernard Shaw e Samuel Beckett, os três últimos ganhadores do Prêmio Nobel de literatura.
Tanto a literatura quanto o teatro se desenvolveram sob a influência de duas línguas, o inglês e o irlandês. Como a Irlanda fez parte da Inglaterra durante quase 800 anos, os escritores irlandeses de expressão inglesa são considerados muitas vezes escritores ingleses.

É o caso de Swift, George Augustus Moore, Joyce, Beckett, do poeta Yeats e dos dramaturgos Oliver Goldsmith, Richard Sheridan, John Millington Synge, Wilde e Shaw.
São numerosas as instituições que se dedicam ao fomento da cultura popular irlandesa. Algumas são de caráter esportivo, como a Associação Atlética Gaélica; outras estão voltadas preferencialmente para o uso intensivo do idioma local, como é o caso da Liga Gaélica. Existem ainda a Royal Irish Academy, dedicada às ciências; a Royal Hibernian Academy, que dá apoio às belas-artes; a Royal Dublin Society, que promove as artes e ciências e o aperfeiçoamento da agricultura, e a Royal Irish Academy of Music.

Escritor do artigo
Escrito por: Brasil Escola Escritor oficial Brasil Escola

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ESCOLA, Brasil. "Irlanda"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/irlanda2.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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