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Consciência, dialética e história em Sartre

Para Sartre, a consciência tem liberdade para tomar decisões e ser responsável por elas; veja as definições para dialética e história!

A dialética para Sartre é a própria relação que o SER-PARA-SI estabelece com o SER-EM-SI
A dialética para Sartre é a própria relação que o SER-PARA-SI estabelece com o SER-EM-SI
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A dialética para Sartre é a própria relação que o SER-PARA-SI estabelece com o SER-EM-SI. Os objetos materiais não têm consciência, são inertes aos fatos, repousam na plenitude de sua contingência. Já o homem, o Ser-para-si que também é um Ser-em-si (corpo), tem consciência e esta estabelece relações de negação com os objetos, emitindo juízos e observando suas contradições.

Este movimento, oriundo do Para-si, é a própria dialética e Sartre quer justamente argumentar a favor desta em detrimento da supremacia, até então estabelecida, da Razão Analítica, na qual se acreditava que os cientistas poderiam observar e descrever com total imparcialidade e objetividade o mundo dos fenômenos.

Sartre aponta sobre esta questão, evidenciando, devido ao seu método, que a relação sempre se dá no plano da subjetividade. Para ele, é impossível se alcançar alguma objetividade sem que esta não seja parcialmente subjetiva (tenha passado pela subjetividade). Não existem verdades que não sejam aquelas atestadas por uma consciência em determinado tempo e lugar.

Estabelecida a dialética desta forma, a crítica de Sartre recai também sobre o marxismo que considera a consciência do homem determinada pelo materialismo histórico-dialético. Se para Sartre a consciência tem liberdade para tomar decisões e ser responsável por elas, jamais ele admitiria que a história fosse ou fizesse parte de um processo material, ou seja, não conceberia que a dialética da história fosse determinada pelas condições materiais de existência, mas sim pelas consciências dos homens e só dos homens. A história é característica do homem, pois só o Ser-para-si é totalizante ou está com totalização-em-curso. Os seres Em-si já são plenos.

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O que de fato ocorreu, portanto, diz Sartre, é que se aplicou erroneamente o método analítico (Razão Analítica) para explicar um processo dialético (Razão Dialética). Não se aplica a dialética à natureza. O ser-em-si ou a matéria não tem temporalidade (passado, futuro); não enxerga suas contradições e por isso não possui história. Esta é característica dos homens que por se constituir como totalização-em-curso, nadificação do ser, etc., cria projetos sempre para alcançar seus objetivos, espelhando o passado para construir o futuro. Porém, seus projetos nunca são totalmente alcançados, gerando angústia.


Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Escritor do artigo
Escrito por: João Francisco Pereira Cabral Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CABRAL, João Francisco Pereira. "Consciência, dialética e história em Sartre"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/consciencia-dialetica-historia-sartre.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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