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Como planejar os estudos?

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Introdução

Barbier escreveu que “O projeto não é uma simples representação do futuro, do amanhã, do possível, de uma idéia; é o futuro a fazer, um amanhã a concretizar, um possível a transformar em real, uma idéia a transformar em acto”.

E a atividade estudantil requer um projeto, compreendendo os atos de planejar o futuro, o amanhã, as idéias e o possível; executar, que consiste em fazer, concretizar, transformar e praticar para aprender; e avaliar, objetivando colher os resultados, bons ou passíveis de melhorias.

Esse é o percurso inteiro quando o assunto é o processo de estudar-e-aprender. Negligenciá-lo não é a melhor idéia.

Do ato de planejar nasce o projeto. E projeto nomeia aquilo que é lançado à frente, antevendo a empreitada assumida.

No caso da educação formal, planejar é fazer o programa de estudos, escrevendo antecipadamente as intenções, ações, modos de fazer, recursos e prazos necessários ao aprendizado pretendido.

E o interessante mesmo nem é tanto fazer o mapa (planejar, programar, planificar), mas “explorar o território” (executar o programa, o plano, estudar, apreender conhecimentos).
Por essa razão, pode conduzir bem a vida estudantil aquele estudante que a estrutura em um programa, o instrumento que facilita a visão ampla do ato de aprender, ao tempo em que oferece os detalhes consistentes do mesmo.

Elaborá-lo não é uma coisa de outro mundo, nem um bicho-papão. Utilizando o sistema PR, “Pergunte-Responda”, fica fácil. Veja, a seguir, a sugestão hipotética para que isso seja feito.

1ª Pergunta do projeto: “O que estudar?”

Para escolher os conteúdos de estudo

A resposta a essa pergunta pode ser dada seguindo o mote estudar para...: concluir o ensino médio, prestar vestibular, submeter-se às avaliações periódicas no ensino de terceiro grau, ser examinado em um concurso público, para elaborar um projeto de pesquisa, fazer trabalhos acadêmicos ou para a divulgação científica no âmbito universitário, tais como artigo, comunicação, informe, resenha crítica ou outra modalidade de apresentação oral.

Cada uma dessas atividades requer um plano de estudo, seguido da execução por meio da investigação ou pesquisa que visem à prática produtiva, eficiente, eficaz e efetivamente transformadora.

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2ª Pergunta do projeto: “Por que fazer esses estudos?”

Para justificar a escolha

Neste passo, o estudante registra os argumentos que justificam a decisão de estudar os conteúdos escolhidos, evidenciando a importância deles no contexto do seu projeto de vida e articulando “saber pretendido” e “função social” do mesmo.
Exemplo: “Dedicarei esforços para saber com profundidade os conteúdos propostos em meu curso, condição de possibilidade para que eu possa me formar de maneira qualitativamente diferenciada. Possuir uma bagagem sólida de conhecimentos é batalhar por minha realização pessoal e profissional. Ademais, isso é fundamental ao desenvolvimento do modo humano de pensar a sociedade, o mundo e a vida, exatamente o que almejo”.

3ª Pergunta do projeto: “Para que estudar isso?”

Elaborando os objetivos

O objetivo geral expressa o que o estudante deseja com o programa de estudo no seu todo, ao fim do processo.
Os objetivos específicos dizem respeito ao que é almejado por ele em termos de resultados intermediários, no decorrer da aprendizagem, em cada um dos momentos ou partes que compõem o programa de estudos.
Exemplo de objetivo geral: “Dominar os conhecimentos requeridos no curso que faço para ser aprovado”.
Exemplo de objetivos específicos:
“i Aprender os conteúdos freqüentemente cobrados nas avaliações”;
“ii Realizar as atividades propostas de modo a mantê-las sob controle, para minha segurança e tranqüilidade”;
“iii Harmonizar meus objetivos estudantis às exigências cotidianas feitas no curso que freqüento, tudo no prazo certo e sem perda de tempo.”
Pois bem. Ter objetivos é saber aonde ir e onde estar em um determinado momento da vida.

4ª Pergunta do projeto: “Como estudar?”

Para estabelecer a metodologia de estudos

A aprendizagem é “contínua”, com início, sim, mas implica um desenvolvimento que nunca pode ser plenamente concluído (o livro nunca poderá ser fechado). É “gradativa”, porque o saber aprendido é modificado por novos conhecimentos que vão sendo adquiridos pelo estudante. É, ainda, “dinâmica”, pois pode sofrer recomeços, rearranjos, reorientações e replanejamentos os mais variados.
A aprendizagem também é “cumulativa”, à media que aprendizados anteriores dão base à aquisição de novos saberes. É “global”, pois ela implica o funcionamento integral do sujeito aprendiz, qualificando-o como tal. Por isso, dizemos que a aprendizagem é também “integral”, dependendo da razão, da emoção, do sentimento, da cognição, do pensamento e da intuição sem depender exclusivamente de uma dessas dimensões do indivíduo.
Assim sendo, a aprendizagem de determinado conteúdo ou matéria será melhor empreendida se estiver relacionada à vida prática, pois o aprender é “vivencial”. Por outro lado, embora sendo “pessoal”, no sentido de que um estudante não pode aprender o que outro deve saber, a aprendizagem também é “social”, à medida que determinado conhecimento ou saber pode ser plenamente comunicado entre os indivíduos humanos.
Essas são características a considerar na metodologia de estudo, a qual deve esclarecer como será a execução do programa de aprendizagem.
Exemplo: “Com o material de estudo reunido e os horários organizados, farei explorações genéricas dos conteúdos (leituras, exercícios...) para adquirir uma visão panorâmica das disciplinas que tenho que dominar. Em seguida, executarei o estudo profundo (analítico) das matérias (com registro documentado de dados), mantendo meus esquemas de aprendizado sobre as mesmas. Com base nesses mapas, farei sínteses consistentes do que eu estudar”.
Ter claro sobre como tudo será feito torna-se “a” diferença do projeto estudantil.

5ª Pergunta do projeto: “Onde estudar?”

Para escolher os locais apropriados ao aprender

Aqui o estudante registra os locais de estudo apropriados ao seu estilo e necessidades, mas procurando manter a organização: em casa, na biblioteca da escola ou de outras instituições, buscando o maior proveito dos materiais de que puder dispor.
Exemplo: “Estudarei as disciplinas exigidas no meu curso em casa, na biblioteca do colégio e na da faculdade local, bem como em grupo, junto aos meus amigos, conforme minhas necessidades e estilo”.

Última pergunta do projeto: “Quando estudar?”

Para organizar os tempos de estudo

Neste passo, o estudante assinala as atividades estudantis em um cronograma semanal, sem fazer do relógio um tirano, mas prevendo uma lista de tarefas que deve ser obedecida.
E é bom estipular períodos de estudos de cinqüenta minutos, com intervalos de dez minutos para descanso, tendo presente que pouco adianta estudar loucamente em véspera das avaliações.
O que dá resultado é estudar diariamente, todas as semanas. Lembrar ainda que o tempo deve ser conquistado. Para tanto, a decisão de determinar tantas horas/dia para os estudos tem que ser uma decisão firme.
Pra que um curso seja bem-feito, a indicação é a de que o estudante tenha, no mínimo, o mesmo tempo de uma aula em sala para preparar e revisar o conteúdo fora dela. Administrar o tempo é fundamental.

Conclusão: com planejamento, seu estudo pode ter mais rendimento.

Referência bibliográfica
BARBIER, J.-M. Elaboração de projetos de acção e planificações. Porto: Porto Editora,1993.

Por Wilson Correia
Colunista Brasil Escola

Escritor do artigo
Escrito por: Eliene Percília Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PERCíLIA, Eliene. "Como planejar os estudos?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao/como-planejar-os-estudos.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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