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Estalactites e estalagmites

Estalactites e estalagmites são depósitos minerais oriundos da precipitação de carbonato de cálcio em cavernas.

Uma caverna com estalactites e estalagmites.
Uma caverna com estalactites e estalagmites.
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Estalactites e estalagmites são depósitos minerais formados por meio da precipitação de carbonato de cálcio em cavernas. Juntas, pertencem à classe dos espeleotemas. As estalactites surgem no teto das cavernas, podendo variar de centímentros a metros, enquanto as estalagmites são formadas no chão, como consequência do gotejamento das próprias estalactites.

Essas estruturas são importantes para entender a evolução climática do nosso planeta, visto que seu processo de formação demora milhares de anos. Assim, é comum que armazenem informações climáticas e hidrológicas em sua estrutura, fornecendo dados científicos importantes. A formação desses espeleotemas ocorre com a dissolução de rochas calcáreas por águas ricas em dióxido de carbono.

Leia também: Ciclo das rochas — o processo de transformação dos três tipos de rochas

Tópicos deste artigo

Resumo sobre estalactites e estalagmites

  • Estalactites e estalagmites são depósitos minerais formados pela precipitação de carbonato de cálcio em cavernas.

  • Ambas pertencem à classe dos espeleotemas.

  • As estalactites ocorrem no teto das cavernas.

  • As estalagmites ocorrem no chão das cavernas.

  • Em geral, as estalagmites são formadas pelas gotas oriundas das estalactites.

  • Por conta de seu processo de formação longo, essas estruturas armazenam informações importantes acerca do clima.

  • São formadas depois da dissolução da rocha calcárea por corpos hídricos ricos em dióxido de carbono.

O que são estalactites?

As estalactites são depósitos minerais originados por gotejamento através de fendas ou furos no teto da caverna. Ao descer por essa fenda, a tensão superficial do líquido forma uma gota. Ocorre que essa gota é rica em carbonato de cálcio, pouco solúvel em água, o qual acaba precipitando no entorno dessa gota.

Com o tempo, a gota se torna grande o suficiente para cair. Contudo, o depósito de carbonato de cálcio permanece aderido à rocha. O processo então se repete, surgindo a estalactite. A palavra estalactite deriva do grego stalassein, que pode ser traduzida como “pingar”.

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A forma mais comum de estalactite é a tubular, popularmente conhecida como “canudo de refrigerante” ou “canudo de soda”, que consiste em um tubo translúcido e central envolto por carbonato de cálcio. Nessa variação, o diâmetro é constante ao longo do eixo, sendo de 5 a 10 mm na parte externa e de 2 a 6 mm no tubo interno.

Formação de estalactite tubular, conhecida como “canudo de refrigerante”.
Formação de estalactite tubular, conhecida como “canudo de refrigerante”.

Já a estalactite cônica comumente se afunila para baixo, podendo ter dezenas de centímetros de largura e um comprimento que pode chegar na escala de metros. O crescimento desse tipo de estalactite ocorre tanto na vertical quanto na lateral.

Estalactites na forma de cone.
Estalactites na forma de cone.

O que são estalagmites?

As gotas que caem do teto da caverna podem ainda conter uma parte de sal. Com a evaporação da água, o sal se mantém e forma uma estrutura semelhante à da estalactite, porém que cresce de baixo para cima. Aliás, é comum que as estalagmites sejam alimentadas por uma estalactite que está logo acima. Em geral, apresentam um topo chato, esférico ou levemente oco, mas sem um canal central.

 Estalagmite
As estalagmites crescem de baixo para cima.

Pode ocorrer de a estalagmite encontrar a estalactite logo acima, havendo uma coalescência. Nesse caso, há a formação de uma coluna.

As estalagmites, mais do que as estalactites, ajudam a entender o nosso clima ao longo dos anos de nosso planeta. Isso porque, como se formam por meio da água e durante milhares de anos, essas formações armazenam, em suas camadas, informações sobre as chuvas que as formaram. Dessa forma, é possível haver diferença em sua morfologia, mineralogia (de acordo com a disponibilidade de água), temperatura, concentração de CO2 no solo, entre outros aspectos, fazendo com que estalactites e estalagmites sejam bons indicadores hidrológicos e climáticos.

Leia também: Equilíbrio químico nas cavernas

Como se formam as estalactites e estalagmites?

Estalactites e estalagmites pertencem a um grupo de formação rochosa chamada de espeleotema, verbete que deriva das palavras gregas spelaion (caverna) e thema (depósito). Ambas as formações são compostas de calcita, a forma mineral do carbonato de cálcio (CaCO3) mais estável em temperatura e pressão ambientes.

Há também a possibilidade de que esses espeleotemas sejam formados a partir da aragonita, a forma menos estável de CaCO3 nas condições ambientes. Estima-se que a formação de aragonita em cavernas seja mais propensa quando há maior proporção Mg/Ca na água, bem como maior pH.

É esperado que tanto a estalactite quanto a estalagmite possuam a mesma composição mineralógica. Porém, não é raro ver estalactites de calcita alimentando estalagmites de aragonita.

O processo de formação se inicia quando volumes de água ricos em dióxido de carbono (CO2) se infiltram em rochas calcáreas, havendo dissolução do minério CaCO3 e, assim, a formação dos íons Ca2+ e HCO3-.

Para haver precipitação de carbonato de cálcio nas cavernas, se faz necessário que a solução alcance a supersaturação (quando a quantidade de soluto dissolvido é maior do que o permitido termodinamicamente). Para que tal supersaturação seja alcançada, ocorre o mecanismo de desgaseificação de dióxido de carbono, caracterizado pela perda desse gás para a atmosfera da caverna. Assim, a precipitação da calcita (ou aragonita) pode ser descrita pela seguinte reação:

Ca2+ + 2 HCO3- ⇌ CaCO3 + CO2 + H2O

Ao se avaliar o equilíbrio, percebe-se que a desgaseificação (diminuição de CO2) desloca o equilíbrio para a direita, aumentando a formação do CaCO3.

 

Por Stéfano Araújo Novais
Professor de Química

Escritor do artigo
Escrito por: Stéfano Araújo Novais Stéfano Araújo Novais, além de pai da Celina, é também professor de Química da rede privada de ensino do Rio de Janeiro. É bacharel em Química Industrial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

NOVAIS, Stéfano Araújo. "Estalactites e estalagmites"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/estalactites-estalagmites.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

De estudante para estudante