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Daltonismo

O daltonismo é uma disfunção visual que afeta a percepção das cores. Ele pode acontecer tanto de forma parcial quanto de forma total.

Flor vermelha ao lado da mesma flor na cor verde-clara como representação da visão de alguém com daltonismo dicromático.
O daltonismo é uma disfunção visual que afeta a capacidade de um indivíduo em distinguir certas cores.
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O daltonismo (ou discromatopsia) é um distúrbio visual que afeta a percepção das cores por um indivíduo. Está principalmente relacionado a fatores genéticos ligados aos cromossomos sexuais, e afeta mais indivíduos do sexo masculino do que do sexo feminino.

O daltonismo pode se manifestar de formas diferentes, dependendo de quais células fotorreceptoras são afetadas, e também se manifesta em graus diferentes, variando desde uma leve dificuldade em perceber determinada cor até a total incapacidade de percebê-la.

Leia também: Olhos humanos — as estruturas responsáveis pela visão   

Tópicos deste artigo

Resumo sobre daltonismo

  • O daltonismo (ou discromatopsia) é uma disfunção visual que afeta a capacidade de uma pessoa em visualizar ou distinguir certas cores.
  • É principalmente causado por fatores genéticos, afetando muito mais indivíduos masculinos do que femininos.
  • Também pode ser adquirido como consequência de outras doenças, como glaucoma e diabetes.
  • O daltonismo pode se manifestar de formas diferentes:
    • tricomacia anômala:
      • protanomalia: sensibilidade reduzida na percepção da coloração vermelha;
      • deuteranomalia: sensibilidade reduzida na percepção da coloração verde;
      • tritanomalia: sensibilidade reduzida na percepção da coloração azul.
    • dicromacia:
      • protanopia: incapacidade de perceber a luz vermelha;
      • deuteranopia: incapacidade de perceber a luz verde;
      • tritanopia: incapacidade de perceber a luz azul.
    • monocromacia (ou acromatopsia): incapacidade de perceber qualquer cor.
  • O teste de Ishihara é um dos possíveis testes de serem aplicados para se identificar o daltonismo, o qual só pode ser confirmado por um médico especializado.
  • Não existe nenhum tratamento efetivo comprovado para o daltonismo.
  • O daltonismo possui incidência de 6-10% em indivíduos do sexo masculino, enquanto está presente em 0,4-0,7% dos indivíduos do sexo feminino.
  • O daltonismo infantil, quando não identificado, pode comprometer o desempenho escolar da criança ou adolescente.

O que é daltonismo?

Daltonismo (ou discromatopsia) é um distúrbio da percepção visual que afeta a capacidade de um indivíduo em diferenciar certas cores. Pode acontecer de forma parcial, quando o indivíduo percebe as cores em uma tonalidade mais fraca, reconhecendo as tonalidades, mas sentindo dificuldade em diferenciar alguns tons, ou de forma total, quando o indivíduo não enxerga uma cor específica.

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Causas do daltonismo

O daltonismo é causado principalmente por fatores genéticos, e ainda pode ser ocasionado por lesões oculares ou como consequência de outras doenças, como glaucoma, esclerose múltipla e diabetes. Ademais, pode ser adquirido pelo envelhecimento ou pelo uso de drogas e medicamentos.

O daltonismo ocorre devido ao mau funcionamento das células fotorreceptoras, chamadas cones, presentes na retina. Existem três tipos de cones, cada qual responsável pela captação de comprimentos de onda correspondentes ao espectro de cores azul, vermelho e verde. Os cones, ao serem estimulados pela luz, enviam sinais elétricos ao cérebro, que interpreta essa informação e nos permite distinguir as cores. O daltonismo ocorre quando os cones funcionam de maneira anormal e os sinais elétricos enviados ao cérebro possuem alguma falha, não permitindo que a informação sobre a coloração seja interpretada corretamente.

Tipos de daltonismo

Tipos de daltonismo.

O daltonismo pode se manifestar em vários tipos diferentes. O termo utilizado para se referir à capacidade de um indivíduo em perceber as cores de maneira normal é tricomacia. Nesses indivíduos os três tipos de cones que percebem as cores azul, verde e vermelho funcionam corretamente. Considerando isso, os tipos de daltonismo são: a tricomacia anômala (protanomalia, deuteranomalia e tritanomalia), a dicromacia (protanopia, deuteranopia e tritanopia), e a monocromacia (ou acromatopsia).

→ Tricomacia anômala

Nos indivíduos que possuem tricomacia anômala, um dos tipos de cones percebe a coloração de maneira incompleta. A dificuldade em perceber as cores na tricomacia anômala pode se dar de três formas, dependendo do tipo de cone que é afetado. Os efeitos de qualquer um dos tipos de tricomacia anômala podem variar desde uma leve dificuldade em perceber determinada cor até a total incapacidade de percebê-la.

  • Protanomalia: o indivíduo apresenta sensibilidade reduzida na percepção da coloração vermelha.
  • Deuteranomalia: o indivíduo apresenta sensibilidade reduzida na percepção da coloração verde.
  • Tritanomalia: o indivíduo apresenta sensibilidade reduzida na percepção da coloração azul.

→ Dicromacia

Nessa condição, o indivíduo apresenta apenas dois tipos de cones capazes de perceber cores, isto é, um dos tipos de cone é incapaz de perceber cor, o que resulta na incapacidade do indivíduo em perceber um espectro inteiro de cores. Da mesma forma, a dicromacia pode se dar de três formas, dependendo do tipo de cone que é afetado:

  • Protanopia: o indivíduo apresenta incapacidade de perceber a luz vermelha.
  • Deuteranopia: o indivíduo apresenta incapacidade de perceber a luz verde.
  • Tritanopia: o indivíduo apresenta incapacidade de perceber a luz azul.

→ Monocromacia (ou acromatopsia)

Nessa condição, o indivíduo apresenta incapacidade de perceber qualquer cor, e sua visão consiste na distinção de diferentes tons de cinza, branco e preto. Essa condição é extremamente rara, acontecendo em aproximadamente 1 pessoa em 33.000.

Diagnóstico de daltonismo

Diagnosticar o daltonismo é essencial para que as pessoas que possuem essa condição possam se familiarizar com ela o quanto antes e desenvolver estratégias para minimizar seus impactos. Nesse sentido, o diagnóstico de daltonismo só pode ser realizado por um médico especializado, normalmente um oftalmologista especialista, que designará o tipo e a intensidade da condição.

O diagnóstico de daltonismo é normalmente confirmado por testes, sendo bastante conhecido o teste de cores de Ishihara. O teste de Ishihara investiga se existe uma disfunção na percepção das cores verde e vermelho, mas não atesta se existe alguma disfunção da percepção da coloração azul.

Teste de cores de Ishihara, utilizado para identificar alguns tipos de daltonismo.
O teste de Ishihara é utilizado para identificar alguns tipos de daltonismo.

O teste de Ishihara consiste em uma série de placas coloridas que contêm números ou padrões formados por pontos de cores diferentes. As placas são projetadas de uma forma que as pessoas com visão normal consigam identificar os números nela contidos, enquanto as pessoas que apresentam algum grau de daltonismo têm dificuldade em identificar o que consta na placa.

Veja também: Moscas volantes — pequenos pontos, filamentos, círculos ou manchas que surgem flutuando em nosso campo visão

Tratamento do daltonismo

Não existe nenhum tratamento efetivo comprovado para o daltonismo. Apesar de existirem relatos de pessoas que usaram filtros e lentes que as auxiliaram na distinção de determinadas combinações de cores em algumas situações, os mesmos filtros e lentes não geraram benefícios para outros grupos de pessoas.

Ainda, a organização Colour Blind Awareness (em tradução livre, “consciência daltônica”) não indica o uso de “lentes coloridas” ou “óculos para daltonismo” para aspectos educacionais, de trabalho ou qualquer outra situação que possa colocar em risco a segurança pessoal ou de outras pessoas, por exemplo ao dirigir. A organização reforça que seja tomado extremo cuidado ao usar qualquer tipo de lente ou óculos como forma de tentar solucionar algum tipo de disfunção na percepção de cores.

Por que o daltonismo é raro em indivíduos do sexo feminino?

O daltonismo é uma condição que está geneticamente ligada a um alelo recessivo de um gene presente no cromossomo X. Isso significa que o daltonismo é uma condição ligada ao sexo biológico do indivíduo, uma vez que se manifesta exclusivamente no cromossomo sexual X. É importante lembrar que indivíduos do sexo feminino são formados por dois cromossomos X (XX), enquanto indivíduos do sexo masculino são formados por um cromossomo X e outro cromossomo Y (XY).

Como o alelo ligado ao daltonismo se trata de um alelo recessivo, é necessário que ambos os cromossomos sexuais X presentes em indivíduos do sexo feminino possuam alelos recessivos ligados ao daltonismo para que ele ocorra. Por outro lado, em indivíduos do sexo masculino, basta que o único cromossomo X apresente o alelo recessivo para o daltonismo para que ele ocorra.

Assim, o daltonismo possui incidência de 6% a 10% em indivíduos do sexo masculino, enquanto está presente em 0,4% a 0,7% dos indivíduos do sexo feminino. Vejamos isso melhor na prática a seguir.

Considere D como o alelo dominante que não condiciona o daltonismo e d como o alelo recessivo que condiciona o daltonismo. O daltonismo em indivíduos do sexo masculino (XY) ocorre quando o indivíduo recebe de sua mãe o cromossomo X com alelo recessivo para o daltonismo (Xd). Como o outro cromossomo sexual presente em indivíduos do sexo masculino se trata do cromossomo Y, o qual não está condicionado ao gene do daltonismo, basta que o indivíduo receba o cromossomo Xd para que seja daltônico. Seu genótipo será então XdY.

Por outro lado, o daltonismo em indivíduos do sexo feminino (XX) ocorre apenas quando o indivíduo possui os dois cromossomos X com o alelo recessivo para o daltonismo (XdXd). Caso o indivíduo herde um cromossomo com alelo recessivo (Xd) e outro cromossomo com alelo dominante (XD), então o indivíduo não será daltônico, uma vez que o daltonismo em indivíduos do sexo feminino ocorre apenas em uma situação de homozigose (XdXd), e a presença de um alelo dominante não condiciona o aparecimento da condição.

O quadro abaixo sintetiza essas informações:

Sexo biológico

Genótipo

Daltonismo

Masculino

XDY

Não

Masculino

XdY

Sim

Feminino

XDXD

Não

Feminino

XDXd/XdXD

Não

Feminino

XdXd

Sim

Daltonismo infantil

Oftalmologista fazendo o teste de cores Ishihara, teste de percepção do daltonismo, em um menino.
É comum identificar o daltonismo em crianças e adolescentes em fase escolar.

O daltonismo é comumente identificado em crianças e adolescentes no período escolar. Nessa situação, as crianças e os adolescentes passam a demonstrar dificuldade em identificar certas cores, o que muitas vezes prejudica a execução das atividades propostas em sala de aula e seu desempenho na escola.

Identificar o daltonismo nesse período é essencial para que os educadores e responsáveis possam tomar as medidas necessárias para que o estudante não seja prejudicado nos estudos e na vida social. Com o diagnóstico, é possível integrar o estudante em sala de aula por meio da adaptação das atividades escolares, oferecer apoio psicológico ao estudante e promover a conscientização de toda a comunidade escolar, desenvolvendo estratégias que possam suprir as dificuldades enfrentadas por esses indivíduos.

Fontes

COLOUR BLIND AWARENESS. Diagnosis. Colour Blind Awareness, c2023. Disponível em: https://www.colourblindawareness.org/colour-blindness/diagnosis/.

MORIJO, D.; MARCELINO, V.; MANSANO, N. Daltonismo e as diferentes percepções de cores. Revista Eletrônica de Graduação - REGRAD - do UNIVEM, v. 10, n. 1, p. 433-439, 2020. Disponível em: https://revista.univem.edu.br/REGRAD/article/view/3315.

CUNHA, A.; CRUZ, J. Inclusão Pedagógico Cultural: daltonismo e o ensino de cores na educação infantil. Revista on-line de Política e Gestão Educacional, v. 20, n. 3, p.729-738, 2016. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/10021/6604.

Escritor do artigo
Escrito por: Nicole Fernanda Sozza Formada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Desde 2021 atua na elaboração e revisão de conteúdos didáticos de Ciências e Biologia. Atualmente se dedica ao estudo de edição e preparação de textos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOZZA, Nicole Fernanda. "Daltonismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/daltonismo.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

Daltonismo é uma doença genética que se caracteriza pela dificuldade de diferenciar algumas cores. Sabendo-se que é um problema que está ligado ao cromossomo X, marque a alternativa correta:

a) Os homens são menos acometidos pela doença por apresentarem apenas um cromossomo X.

b) Os homens são responsáveis por passarem a doença para seus filhos do sexo masculino.

c) Apenas homens daltônicos podem ter filhos do sexo masculino daltônicos.

d) Apenas mulheres daltônicas ou portadoras podem ter filha daltônica.

e) Para uma pessoa do sexo masculino ser daltônica, é fundamental que tanto o pai quanto a mãe sejam daltônicas.

Exercício 2

Imagine que uma mulher daltônica se case com um homem normal e que eles tenham um filho do sexo masculino. Sabendo-se que o daltonismo é uma herança ligada ao cromossomo X, marque a alternativa correta.

a) A criança com toda a certeza será daltônica.

b) A criança não será daltônica, pois seu pai é normal.

c) A criança não será daltônica, mas portará a doença.

d) A criança apresenta 50% de chance de ser daltônica, pois há a possibilidade da mãe não transmitir o cromossomo com o gene alterado.