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Bactérias Exóticas

Micoplasma - Exemplo de Bactéria Exótica
Micoplasma - Exemplo de Bactéria Exótica
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As bactérias, assim como outros seres vivos, apresentam uma grande variedade de formas de acordo com as propriedades exigidas pelo meio ambiente para sua sobrevivência. Desta forma, podemos ter diferentes formas de bactérias – cocos, bacilos, espirilos, vibriões. A maior parte das bactérias não apresenta risco ao ser humano e uma grande parte é utilizada por este para produção de alimentos, bebidas e produção de medicamentos.

Existem, entretanto, bactérias que apresentam características que as diferenciam até mesmo das outras presentes em seu próprio grupo. Bactérias que se enquadram neste grupo, dito “exótico”, são Actinomicetos, Mixobactérias, Micoplasma, Clamídias e Rickéttsias.

As actinomicetos são bactérias que dificilmente apresentam característica patogênica, sendo que algumas espécies deste grupo possuem uma grande importância para nossa saúde, uma vez que sintetiza estreptomicina, um antibiótico. Isso mesmo, algumas bactérias desse grupo produzem antibiótico! Os actinomicetos formam colônias filamentosas muito semelhantes a fungos, vivendo em sua maioria no solo onde representam de 10 a 50% das bactérias presentes. Normalmente desempenham um importante papel no equilíbrio ecológico do solo ao decompor compostos que não são degradados por outras bactérias ou fungos.

As mixobactérias são bactérias coloniais que habitam ambientes ricos em matéria orgânica em decomposição. Apresentam como característica “exótica” o fato de, em momentos em que a oferta de alimento reduz consideravelmente, os indivíduos desta colônia se reunirem e formarem um aglomerado com mais de 100 indivíduos, considerados um corpo de frutificação. Os indivíduos presentes na porção superior deste corpo de frutificação são chamados de mixóporos e apresentam especializações para resistirem às mais diversas condições ambientais. Quando esses mixóporos encontram ambiente favorável para seu desenvolvimento estes rompem a proteção criada e passam a se multiplicar originando uma nova colônia.

Em relação aos micoplasmas, estas são bactérias muito pequenas que podem apresentar vida livre, enquanto outras são parasitas. Podem se organizar em colônias filamentosas que em muito se assemelham aos fungos, daí a nomenclatura mico (do termo myco, que significa fungo). Fazem parte dos microrganismos que habitam naturalmente a boca do homem. Em razão do seu reduzido tamanho, os micoplasmas são os menores seres vivos a apresentar vida livre e autoreplicação, entretanto apresentam uma grande sensibilidade à variação de temperaturas. Suas apresentações patogênicas apresentam doenças em animais e em seres humanos. Em humanos, os micoplasmas podem ocasionar formas de pneumonias, infecções no trato urinário, aborto espontâneo e seu estudo tem demonstrado uma presença constante em homens e mulheres de forma inicialmente assintomática, chegando a alguns casos a 80% das mulheres examinadas.

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As clamídias e rickéttsias são parasitas intracelulares, vivendo dentro de outras células, onde conseguem se multiplicar. Apresentam parede celular semelhante às bactérias gram negativas, mas estudos atuais não comprovam a presença de proteoglicanos. Têm como característica evolutiva o fato de produzirem, durante seu ciclo de vida, formas resistentes, semelhantes a esporos, que podem ser liberados no ar. Por ser um parasita obrigatório, necessitam completamente dos nutrientes das células parasitadas para obter sua alimentação, sendo capazes, inclusive, de fosforilar compostos no citoplasma da célula hospedeira. Dessa forma, a clamídia se apresenta como uma das mais agressivas doenças sexualmente transmissíveis.

Além disso, as rickéttsias também são parasitas intercelulares, mas não apresentam a formação de indivíduos resistentes para disseminação. Esse microrganismo não consegue viver fora do corpo do hospedeiro e desta forma sua transmissão é direta. Comumente parasita insetos e carrapatos, o que favorece sua disseminação. Os sintomas mais comuns da infecção por rickéttsias são febre alta e alterações na permeabilidade dos capilares, que favorecem a ocorrência de hemorragias.

Fabrício Alves Ferreira
Graduado em Biologia
Equipe Brasil Escola

Reino Monera - Reinos do Mundo Vivo - Biologia - Brasil Escola

Escritor do artigo
Escrito por: Fabricio Alves Ferreira Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FERREIRA, Fabricio Alves. "Bactérias Exóticas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/bacterias-exoticas.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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